Itaú Unibanco divulga previsões mais contidas para 2019, ações caem quase 4%
Por Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - As ações do Itaú Unibanco caíam nesta terça-feira após o banco ter definido metas mais contidas que o esperado para 2019, embora a rentabilidade deva melhorar.
O maior banco privado do Brasil previu que sua carteira de crédito crescerá entre 8 e 11 por cento neste ano, mais que a expansão de 6,1 por cento observada em 2018, mas abaixo das projeções de concorrentes, segundo analistas.
Na semana passada, o Bradesco previu que sua carteira de empréstimos cresceria até 13 por cento em 2019.
"Com a notável exceção das margens, todas as outras previsões são mais fracas do que dos níveis sinalizados por rivais", escreveu o analista Carlos Macedo, do Goldman Sachs, em nota a clientes, dizendo que a estimativa era decepcionante
Mas para o presidente-executivo do banco, Candido Bracher, metas do Itaú não foram conservadoras. "Elas implicam um retorno sobre o patrimônio de 24 por cento", disse a jornalistas. Em 2018, a rentabilidade do banco foi de 21,9 por cento, já a mais alta entre os maiores bancos brasileiros.
Na segunda-feira, o Itaú Unibanco anunciou lucro recorrente de 6,478 bilhões de reais no quarto trimestre, alta de 3,15 por cento ante a mesma etapa de 2017 e em linha com a média das previsões de analistas, conforme dados da Refinitiv.
EMPRÉSTIMOS MAIS ARRISCADOS
Bracher disse que a carteira de crédito crescerá em linhas com risco maior de inadimplência, principalmente para pessoas físicas e pequenas empresas.
"A qualidade do ativo deve melhorar, é por isso que o banco crescerá em linhas de crédito que não têm colateral", disse o executivo, citando cartões de crédito e empréstimos pessoais.
Conforme a economia brasileira se recupera, o risco de inadimplência provavelmente diminuirá, melhorando a qualidade dos ativos em linhas mais arriscadas, afirmou Bracher.
Em meio à recessão, o Itaú Unibanco voltou-se para linhas de crédito mais seguras, como o consignado e o imobiliários. Agora, a mudança para linhas de crédito mais arriscadas e a expansão na carteira de crédito deve expandir a margem financeira -diferença entre o que o banco paga para captar e o que cobra dos clientes em empréstimos - de entre 9,5 e 12,5 por cento em 2019.
Bracher disse ainda que o banco seguirá contratando pessoas para venda de seguros e cartão de crédito, o que deve elevar as despesas em 2019.
Às 14:01, a ação do Itaú Unibanco cediam 4 por cento, destaque negativo do Ibovespa, que cedia 0,65 por cento.
(Por Carolina Mandl, reportagem adicional de Paula Laier)
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