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Usinas de pelotização da Vale no ES são interditadas; produção para, diz autoridade

08/02/2019 20h49

Por Tatiana Bautzer e Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A interdição pela prefeitura de Vitória de parte do complexo Tubarão, da mineradora Vale, paralisou duas unidades de pelotização de minério de ferro da companhia na capital do Espírito Santo, disse o secretário de Meio Ambiente do município, Luiz Emanuel Zouain, nesta sexta-feira.

A medida, que incluiu uma multa de 35 milhões de reais por conta da emissão de poluentes no mar, interditou parte do sistema de tratamento de efluentes da Unidade Tubarão, com impacto nas atividades do pátio de insumos da Vale, em serviços portuários de carvão e afetando as usinas de pelotização 1 a 4.

"As usinas estão paralisadas", disse o secretário à Reuters, após encontro com representantes da Vale, em que, segundo ele, não houve acordo para desinterditar parte do complexo.

As usinas de pelotização de Tubarão integram o sistema Sudeste, que responde por mais da metade produção de pelotas da mineradora, que somou ao todo 40 milhões de toneladas nos primeiros nove meses de 2018.

Há outras usinas do mesmo sistema que não foram afetadas pela medida da prefeitura.

Procurada para comentar o impacto na produção, a Vale não respondeu imediatamente.

A parada nas duas usinas pode impactar a oferta da Vale, já atingida pelo desastre de Brumadinho (MG), com desdobramentos em outras unidades mineiras, após decisões judiciais ligadas a barragens. A empresa chegou a anunciar que não teria condições de cumprir certos contratos ao declarar força maior.

POLUIÇÃO

Mais cedo, o prefeito de Vitória, Luciano Rezende, disse em comunicado que "a poluição não pode mais ser justificada pela receita fiscal".

Em nota, a Vale disse que vai analisar o teor do auto de interdição para adotar as medidas cabíveis.

"Nas últimas fiscalizações feitas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente não foi constatada nenhuma irregularidade nesse sistema e os laudos de monitoramento de outubro a dezembro de 2018 indicam que os efluentes estão dentro dos parâmetros estabelecidos", disse a Vale.

A mineradora afirmou ainda que monitora "os corpos d'água que recebem efluentes há mais de 30 anos, sem que haja qualquer alteração na qualidade da água".