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Dólar cai frente ao real antes de apresentação de Previdência ao Congresso

19/02/2019 17h15

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu ante o real em pregão de leve volatilidade nesta terça-feira, antes da apresentação da reforma da Presidência ao Congresso, tendo de pano de fundo alguma cautela no exterior com o desfecho nas negociações comerciais entre EUA e China.

O dólar recuou 0,45 por cento, a 3,7156 reais na venda. Na máxima da sessão, chegou a 3,7458 reais e, na mínima, tocou 3,7042 reais.

O dólar futuro caía 0,47 por cento.

Na quarta-feira, a reforma da Previdência será oficialmente apresentada ao Congresso e há expectativa, segundo o porta-voz da Presidência, de que o próprio presidente Jair Bolsonaro leve a proposta à Casa.

Segundo o vice-presidente Hamilton Mourão, o governo terá de trabalhar para garantir entre 60 e 70 votos para aprovar a reforma, calculando que a oposição tenha 150 votos e o governo possua 250.

Além da Previdência, o governo Bolsonaro apresentou nesta terça-feira o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

A agenda de proposições ocorre em meio à tentativa do Planalto de se desvencilhar da crise política que culminou na demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, até então aliado forte do presidente, que esteve no centro de um suposto esquema de candidaturas-laranja dentro do PSL.

A demora em dar cabo à crise gerou impaciência entre participantes do mercado, que observavam nesta terça-feira possível impacto da crise às negociações sobre Previdência no Congresso.

"O governo ainda está no início de negociação, quando for apresentada de fato a proposta é que começa o jogo de verdade, então atrapalha um pouco tudo isso que está acontecendo... É aí que vamos ver a habilidade desse governo", afirmou o economista-chefe da Geral Asset, Denilson Alencastro.

Com a chegada da proposta à Câmara, o mercado passa a observar as costuras do governo para conquistar os votos necessários.

"O governo tem colocado há bastante tempo que tem um grande apoio do Congresso, acho que agora vai ser um bom teste. É um cenário em que você negocia não só com parlamentares e partidos, mas com bancadas", avaliou Alencastro.

No exterior, investidores monitoram com cautela as negociações entre EUA e China, à medida que se aproxima o prazo de 1º de março, data em que vence uma trégua comercial e que poderá resultar em aumentos de tarifas.

Trump voltou a sinalizar nesta terça-feira que poderá prorrogar o prazo, afirmando que as negociações com chineses estão indo bem.

As conversas começaram nesta terça-feira, mas negociações de mais alto nível estão previstas para quinta-feira.

O BC vendeu nesta sessão 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim rolou 6,714 bilhões de dólares dos 9,811 bilhões que vencem em março.

(Por Laís Martins; edição Paula Arend Laier)