Líder do DEM diz que faltou debate sobre Previdência e critica endurecimento de aposentadoria rural
BRASÍLIA (Reuters) - O líder do DEM na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA), afirmou hoje que a bancada do partido na Casa recebe a reforma da Previdência com "preocupação", alerta para a ausência de debate e diz ver "muito problema" no endurecimento das regras de aposentadoria rural.
Para o líder, que integra a bancada do Nordeste, região possivelmente mais afetada pelas mudanças na aposentadoria rural, e também na concessão de benefícios assistenciais, a legislação precisa proteger os menos favorecidos, razão pela qual os parlamentares devem promover mudanças na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) levada pessoalmente ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro na véspera.
"Acho que quem é técnico, burocrata, não sabe o que significa uma mulher que trabalha mais do que o homem no campo, acorda às 4h da manhã para buscar uma lata de água na cabeça para cozinhar para seus filhos e depois pegar na enxada para trabalhar. Esse pessoal tem que ter um tratamento diferenciado", avaliou o líder, acrescentando que a bancada recebeu o texto enviado na véspera pelo governo com "muita preocupação, porque não teve debate".
"A nossa obrigação é avaliar e aperfeiçoar o texto no sentido sempre de proteger os mais fracos"
Elmar considera que faltou debate, mesmo sendo favorável à desconstitucionalização do projeto --muitos dos pontos serão tratados via projeto de lei complementar posteriormente.
"A outra coisa importante é questão da aposentadoria do trabalhador rural e do BPC (Benefício de Prestação Continuada), que são a parte mais frágil da nossa sociedade e que nós temos que fazer uma legislação que proteja os mais pobres, os mais frágeis. Sem isso não tem sentido você falar em privilégios", sustentou.
Na quarta-feira, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse, em fórum de governadores com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, que "o primeiro passo... é tirar os pobres desta conta, trabalhador rural, deficientes etc".
"É a velha teoria de botar o bode na sala para depois tirar?", questinou Dias.
Principal aposta do governo na área econômica, a reforma da Previdência iguala as idades mínimas de aposentadoria rural para homens e mulheres, aos 60 anos, e a contribuição mínima passa a ser de 20 anos. Atualmente, trabalhadoras rurais podem se aposentar aos 55 e o tempo de contribuição é de 15 anos.
Já no caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC), voltado para idosos e pessoas com deficiência, a PEC estabelece que ele só continuará sendo de 1 salário mínimo para deficientes e para idosos em condição de miserabilidade a partir dos 65 anos. Para os demais, a renda mensal evoluirá ao longo das idades: a partir dos 60 anos, o benefício será de R$ 400, subindo a 1 salário mínimo aos 70 anos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso do UOL.