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Para o Fed, há poucos motivos para acabar com postura "paciente" sobre os juros

Por Trevor Hunnicutt e Ann Saphir

05/03/2019 15h52

NOVA YORK/SÃO FRANCISCO (Reuters) - Com a inflação fraca mas outros riscos à economia dos Estados Unidos em alta, a paciência do Federal Reserve em relação à política monetária não está perto de acabar, com um membro do banco central norte-americano sinalizando nesta terça-feira que pode esperar até ao menos junho ante de mexer nos juros de novo.

"Pode levar várias reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto para que as autoridades do Fed tenham uma leitura mais clara sobre se os riscos estão se tornando realidade --e quanto a economia vai desacelerar em comparação com o ano passado", disse Eric Rosengren, presidente do Federal Reserve Bank de Boston.

Esse prazo sugere que ao menos para ele as próximas duas reuniões do Fed em meados de março e no final de abril ainda serão consideradas muito cedo para esperar uma mudança na política monetária. A reunião seguinte a essas acontece em meados de junho.

Foi uma forte mudança para uma autoridade que na maior parte do ano passado alertou que a economia poderia superaquecer sem aumentos de juros. Nesta terça-feira, Rosengren destacou que as fracas pressões inflacionárias e as fortes mudanças nos mercados no final do ano passado fizeram com que essas preocupações parecessem "menos prementes".

Desde que o Fed adotou de forma unânime em janeiro uma postura de esperar para ver para elevar os juros, a grande questão é por quanto tempo essa paciência vai durar.

"Meses, não semanas", de acordo com o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, que foi contra altas de juros por mais de um ano. "Vou fazer minha parte para não estragar isso e elevar os juros de forma desnecessária que possa acabar com a expansão."