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Déficit comercial dos EUA atinge máxima de 10 anos em 2018

06/03/2019 12h50

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O déficit comercial dos Estados Unidos saltou para a máxima de 10 anos em 2018, com o resultado politicamente sensível com a China alcançando um recorde, apesar das tarifas impostas pelo governo norte-americano sobre uma série de produtos importados em uma tentativa de reduzir o saldo negativo.

O Departamento do Comércio disse nesta quarta-feira que um aumento de 18,8 por cento no déficit comercial em dezembro contribuiu para o saldo negativo de 621 bilhões de dólares no ano passado. O déficit de 2018 foi o maior desde 2008 e ocorre após um saldo negativo de 552,3 bilhões de dólares em 2017.

O déficit comercial se deteriorou apesar da política protecionista da Casa Branca, o que, segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, é necessário para proteger produtores norte-americanos do que ele chama de concorrência estrangeira injusta.

No ano passado, os EUA impuseram tarifas sobre 250 bilhões de dólares em bens importados da China, com Pequim retaliando com impostos sobre 110 bilhões de dólares em produtos norte-americanos, incluindo soja e outras commodities. Trump adiou tarifas sobre 200 bihões de dólares em bens chineses à medida que prosseguem as negociações para resolver a guerra comercial que já dura oito meses.

Os EUA também impuseram tributos sobre importações de aço, alumínio, paineis solares e máquinas da lavar. O déficit comercial de bens com a China cresceu 11,6 por cento, para uma máxima histórica de 419,2 bilhões de dólares em 2018. Os EUA registraram importações recordes de 60 países em 2018, liderados por China, México e Alemanha. As importações de bens alcançaram um recorde de 2,6 trilhões de dólares no ano passado.

O déficit comercial de dezembro, de 59,8 bilhões de dólares, foi o maior desde outubro de 2008 e superou expectativas de economistas de um saldo negativo de 57,9 bilhões de dólares, uma vez que as exportações caíram pelo terceiro mês consecutivo e as importações se recuperaram.

A divulgação do relatório de dezembro foi atrasada pela paralisação parcial de 35 dias do governo dos EUA que terminou em 25 de janeiro.

Quando ajustado para a inflação, o déficit comercial cresceu em 10 bilhões de dólares, para um recorde de 91,6 bilhões de dólares em dezembro.

DESACELERAÇÃO NA CRIAÇÃO DE VAGAS

Empresas dos Estados Unidos contrataram 183 mil trabalhadores em fevereiro, abaixo das previsões de analistas, enquanto a criação de vagas o setor privado em janeiro foi mais forte do que se pensava anteriormente, mostrou um relatório divulgado nesta quarta-feira pela processadora de folhas de pagamento ADP.

Economistas consultados em pesquisa da Reuters projetavam que o relatório mostraria criação de 189 mil novas vagas no mês passado.

Enquanto isso, o número de novos postos de trabalho no setor privado em janeiro foi revisado para 300 mil, ante 213 mil postos reportados anteriormente.

O relatório da ADP, desenvolvido conjuntamente com a Moody's Analytics, foi publicado antes do relatório mais completo de criação de vagas do governo para o mês de fevereiro, na sexta-feira.