BCE adia aumento de juros e oferece empréstimos baratos a bancos
Por Francesco Canepa e Balazs Koranyi
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu mudou o curso de seu plano de aperto monetário nesta quinta-feira, jogou para até 2020 o momento de sua primeira alta de juros pós-crise e ofereceu aos bancos novas rodadas de empréstimos baratos para ajudar a reanimar a economia da zona do euro.
A medida mais arrojada do que esperado ocorre no momento em que o norte-americano Federal Reserve e outros bancos centrais ao redor do mundo também estão evitando novas altas de juros. A mudança destaca como uma guerra comercial global, incertezas sobre o Brexit e persistentes preocupações com a dívida na Itália estão tendo um preço sobre o crescimento econômico ao redor da Europa.
A mudança coloca o presidente do BCE, Mario Draghi, mais uma vez como provedor de confiança na ainda frágil economia do bloco, poucos meses após o banco anunciar o fim de quatro anos de compras de ativos sem precedentes, e no momento em que o próprio Draghi se prepara para entregar o comando do banco para um sucessor mais adiante no ano.
Enquanto o banco havia dito anteriormente que as taxas de juros permaneceriam em mínimas recordes ao longo do verão, a autoridade agora disse que espera que elas fiquem nos níveis atuais "ao menos até o fim de 2019".
Embora investidores tivessem parado há muito tempo de precificar um aumento de juros pelo BCE neste ano, poucos esperavam que o banco mudasse sua mensagem de política monetária nesta reunião. A decisão inesperada levou os rendimentos de títulos do governo e o euro a caírem após o anúncio.
"Estamos em um período de fraqueza contínua e incerteza disseminada", disse Draghi durante coletiva de imprensa ao anunciar os cortes às projeções de crescimento e inflação do banco.
O BCE agora prevê o crescimento da zona do euro em 1,1 por cento neste ano, ante 1,7 por cento na projeção de dezembro.[nE6N1ZV02Q]
Além disso, lançou uma nova Operação de Refinanciamento de Longo Prazo Direcionada (TLTRO III, na sigla em inglês), com o objetivo em parte de ajudar os bancos com 720 bilhões de euros em empréstimos existentes do BCE e evitar um aperto de crédito que poderia exacerbar a atual desaceleração econômica.
Bancos comerciais já começaram a restringir o crédito ante da queda da produção industrial e da exportação, ameaçando reforçar a desaceleração.
"Uma nova série de operações trimestrais de longo prazo direcionadas (TLTRO-III) será lançada, começando em setembro de 2019 e terminando em março de 2021, cada uma com vencimento de dois anos", disse o BCE.
A taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, fica em 0,0 por cento e a taxa de empréstimo permanece em 0,25 por cento.
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