Petrobras faz hedge para produção de petróleo de 2019 a um custo de US$320 mi
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras informou nesta sexta-feira que executou estratégia de hedge para proteger os preços de parte de sua produção de petróleo prevista para 2019, a um custo de 320 milhões de dólares.
A empresa adquiriu opções de venda ("put") de petróleo Brent com preço de exercício ao nível de 60 dólares o barril, referenciado na média das cotações de abril até o fim de 2019.
O gasto indicado com a operação de hedge deste ano é menor na comparação com o total visto no ano passado, quando os recursos despendidos foram estimados em 445,4 milhões de dólares, para hedge de 128 milhões de barris com uma "put" de 65 dólares/barril, conforme informou a empresa na época.
Segundo o chefe da área de Petróleo da consultoria INTL FCSTone, Thadeu Silva, a operação da Petrobras anunciada nesta sexta-feira "vale a pena", já que o custo é relativamente pequeno perto do volume cujo preço a companhia consegue proteger com a operação.
Ele estimou em 70 milhões de barris o volume "hedgeado" em 2019, avaliado em 4,2 bilhões de dólares, considerando uma "put" a 60 dólares.
"É um gasto que vale a pena, ela está empenhando um pouco mais de 7 por cento do volume que ela está protegendo", disse Silva.
Na opinião do analista, foi um movimento "coerente" da Petrobras, considerando que a empresa não está fazendo hedge de todo o volume produzido.
De acordo com o analista da FCStone, a petroleira está refinando entre 55 a 60 por cento do petróleo que produz, e o hedge teria mais o objetivo de garantir um piso de preço da exportação.
"A estratégia visa 'hedgear' as operações de exportação previstas para o período, protegendo parcialmente o fluxo de caixa operacional da companhia para o ano de 2019, garantindo um nível de realização mínimo de preço para o volume", disse a estatal em nota nesta sexta-feira.
"Assim, há proteção contra os cenários de baixa dos preços, porém mantém-se a fruição dos preços mais elevados nos cenários de alta do Brent."
O comunicado da Petrobras confirma reportagem da Reuters, publicada com fontes no início da semana, que indicou que a empresa havia comprado opções de venda com preço de exercício de 60 dólares o barril.[nL1N2161L9]
As ações da Petrobras operavam em queda de mais de 4 por cento nesta sexta-feira, recuo mais acentuado que o petróleo Brent e também que o Ibovespa, que perdia mais de 2 por cento no início da tarde.
TENDÊNCIA ALTISTA
Na prática, a operação da Petrobras é um seguro para caso o mercado de petróleo mude a trajetória vista até agora no ano e tenha uma queda de preços.
Atualmente, as cotações estão em 67 dólares o barril, valor que está perto dos maiores níveis desde novembro do ano passado, com cortes de produção da Opep e seus aliados apoiando o mercado.
"Eu não duvidaria que o preço subisse mais, mas depende de fatores geopolíticos, Opep, Estados Unidos, Rússia, economia global, que podem alterar o patamar desse preço. (Contudo) Para a Petrobras ter segurança na rentabilidade, é uma medida adequada", acrescentou o analista da FCStone.
A estatal disse que a operação está em linha com o Plano de Resiliência, lançado recentemente, cujo objetivo é contribuir para a maximização de valor para os acionistas e para o Brasil.
O plano contém ações adicionais ao plano de negócios 2019-2023 e é consistente com os cinco pilares estratégicos da companhia: maximização do retorno sobre o capital empregado; redução do custo do capital; busca incessante por custos baixos; meritocracia; respeito às pessoas e ao meio ambiente e foco na segurança das operações.
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