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Crescimento do PIB dos EUA no 4º tri é revisado para baixo; lucros corporativos são fracos

28/03/2019 09h39

WASHINGTON (Reuters) - A economia norte-americana desacelerou no quarto trimestre mais do que se calculou inicialmente, mantendo o crescimento de 2018 abaixo da meta anual de 3 por cento do governo do presidente Donald Trump, enquanto os lucros corporativos deixaram de subir pela primeira vez em mais de dois anos.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anualizada de 2,2 por cento, disse o Departamento de Comércio nesta quinta-feira em sua terceira leitura do crescimento do PIB do quarto trimestre. O número ficou abaixo do ritmo de 2,6 por cento estimado em fevereiro.

A economia cresceu a um ritmo de 3,4 por cento no terceiro trimestre. Economistas consultados pela Reuters previam que o PIB no quarto trimestre fosse revisado para 2,4 por cento.

As revisões da leitura do PIB do quarto trimestre refletiram as quedas nos gastos dos consumidores e das empresas, bem como dos gastos do governo e investimentos em construção residencial.

Para todo o ano de 2018, a economia cresceu 2,9 por cento, como publicado anteriormente, em meio a um estímulo fiscal da Casa Branca de 1,5 trilhão de dólares em cortes de impostos e mais gastos do governo. O crescimento no ano passado foi o mais forte desde 2015 e mostrou uma aceleração dos 2,2 por cento registrados em 2017.

Em comparação com o quarto trimestre de 2017, a economia cresceu 3,0 por cento, abaixo dos 3,1 por cento informados no mês passado. O presidente Donald Trump destacou o crescimento ano a ano como prova de que o estímulo fiscal, que contribuiu para um aumento do déficit do governo federal, colocou a economia em um caminho sustentável de forte crescimento.

Trump gosta de mostrar a economia como uma das maiores conquistas de seu mandato, declarando em julho passado que seu governo "conseguiu uma reviravolta econômica de proporções históricas". Na campanha, Trump se gabou de poder aumentar o crescimento anual do PIB para 4 por cento, meta que os analistas sempre disseram ser irreal, dada a baixa produtividade entre outros fatores.

Há sinais de que a desaceleração no crescimento persistiu no início do primeiro trimestre, com as vendas no varejo subindo modestamente e a produção manufatureira e a construção residencial mornas.

Isso foi destacado pelos lucros corporativos fracos no quarto trimestre. Após os impostos, os lucros das empresas ficaram inalterados pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2016, após crescer a uma taxa de 3,5 por cento no terceiro trimestre.

(Por Lucia Mutikani)