Dados comerciais fracos colocam força econômica da Alemanha em dúvida
BERLIM (Reuters) - As exportações e importações alemãs caíram mais do que o esperado em fevereiro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, no mais recente sinal de que a maior economia da Europa deve registrar um crescimento mais fraco no primeiro trimestre em meio ao aumento de ventos contrários no cenário externo.
Os exportadores alemães estão sofrendo com a desaceleração da economia mundial, disputas comerciais e incertezas sobre o Brexit. Na semana passada, instituições econômicas de referência reduziram sua previsão para o crescimento de 2019 e alertaram que a recuperação de longo prazo chegou ao fim.
O Departamento Federal de Estatísticas afirmou que as exportações caíram 1,3 por cento no mês, com ajuste sazonal, a maior queda em 12 meses, enquanto as importações recuaram 1,6 por cento.
O superávit comercial subiu para 18,7 bilhões de euros (20,99 bilhões de dólares), de 18,6 bilhões de euros revisados no mês anterior.
Uma pesquisa da Reuters com economistas havia apontado uma queda de 0,5 por cento nas exportações e um recuo de 0,7 por cento nas importações. A expectativa era de que o superávit comercial diminuísse para 18 bilhões de euros.
"Simplesmente parece haver muitas crises no comércio global para o setor de exportação alemão desafiar todas elas ao mesmo tempo", disse Carsten Brzeski, do ING.
Dados divulgados na última semana mostraram que as encomendas industriais alemãs caíram pela maior margem em mais de dois anos em fevereiro. No entanto, a produção industrial subiu ligeiramente acima do esperado no mesmo mês, com o clima ameno ajudando a impulsionar o setor de construção.
A Alemanha está em seu décimo ano de expansão econômica, mas evitou por pouco uma recessão no final do ano passado e registrou sua menor taxa de crescimento em cinco anos em 2018.
O governo alemão atualizará sua previsão de crescimento no final deste mês. Em janeiro, Berlim divulgou esperar que a economia cresça 1,0 por cento este ano.
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