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BCE mantém política monetária frouxa em meio a enfraquecimento global

10/04/2019 08h56

Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa

FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deixou inalterada sua política monetária ultrafrouxa, como era esperado, nesta quarta-feira, dando tempo às recentes medidas de estímulo para que tenham efeitos na economia e contenham a fraqueza global.

O presidente do BCE, Mario Draghi, confirmou que as autoridades estão avaliando medidas para mitigar o impacto sobre os bancos de sua taxa de depósito negativa, bem como a precificação de novos empréstimos baratos de dois anos a bancos, mas disse que é cedo demais para decidir.

"Precisamos de mais informações que chegarão a nós entre agora e junho", disse Draghi.

Como a Alemanha se aproximando de uma recessão, o BCE já recuou de seus planos de apertar a política monetária, mas pode estar relutante em fazer mais já que as causadas da contração --demanda fraca do exterior e turbulências políticas --estão além de seu alcance.

Em entrevista à imprensa após a reunião, Draghi falou pouco sobre qualquer medida de estímulo planejada mas destacou mais riscos de baixa ligados a tensões comerciais globais e outras incertezas.

"Dados recebidos continuam fracos, especialmente para o setor industrial...O ímpeto mais fraco de crescimento deve continuar neste ano", disse ele.

Draghi acrescentou que o enfraquecimento da inflação deve "provavelmente atingir o nível mais baixo" em setembro e que membros do Conselho do BCE reconheceram a força da economia.

"As probabilidades estimadas de uma recessão permanecem baixas", concluiu ele sobre o risco para a economia da zona do euro.

O BCE prometeu nesta quarta-feira manter as taxas de juros em mínimas recordes ao menos durante este ano.

Com a decisão desta quarta-feira, a taxa de depósito do BCE, atualmente sua principal ferramenta, permanece em -0,40 por cento.

A taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, permaneceu em 0 por cento, enquanto a taxa de empréstimo ficou em 0,25 por cento.

(Reportagem de Balazs Koranyi)