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Ibovespa recua com cautela sobre Previdência apesar de parecer favorável na CCJ

10/04/2019 12h02

Por Stefani Inouye

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava leve queda nesta quarta-feira, ainda em movimento de cautela em relação à Previdência mesmo após parecer favorável do relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na véspera, enquanto Wall Street operava sem uma direção única.

Às 11:59, o Ibovespa caía 0,41 por cento, a 95.894,84 pontos. O volume financeiro era de 4,5 bilhões de reais.

O relator da reforma da Previdência na CCJ, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), apresentou na terça-feira parecer pela admissibilidade da proposta, mas recomendou que sejam feitos "ajustes" na técnica legislativa e pediu que o mérito seja analisado com "profundidade" para verificar a "conveniência" e a "justiça" das novas regras.

"Essa notícia mostra que o cronograma de andamento da reforma está no prazo, apesar da pressão da oposição. Porém, a cautela persiste por ainda não termos nada definido", afirmou o analista Victor Beyruti, da Guide Investimentos.

Ele acrescentou que ainda há incertezas sobre o quanto o texto que altera as regras das aposentadorias dos brasileiros pode ser desidratado durante o trâmite no Legislativo e que isso acaba refletindo nos mercados.

Após a agitada sessão na CCJ, o texto voltará a ser debatido a partir da próxima segunda-feira, com expectativa que seja votado até 17 de abril.

No cenário externo, Wall Street tinha o S&P 500 e o Nasdaq em alta, mas o Dow em baixa, após uma série de sessões marcadas pelas incertezas comerciais e temores sobre o crescimento global, com investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve e atentos ao começo da temporada de balanços.

DESTAQUES

- EDP BRASIL desvalorizava-se 3,41 por cento, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa, tendo no radar que o JPMorgan cortou a recomendação das ações da companhia para "neutra" de "overweight", embora tenha elevado o preço-alvo das ações para 45 reais, de 37 reais antes.

- CSN recuava 2,69 por cento, em meio a ajustes conforme o papel acumulava até a véspera valorização de 89 por cento até a véspera. A companhia anunciou reabertura de bônus para 2023 e oferta de novo bônus de 7 anos com possibilidade de resgate pelo emissor a partir de três anos (7NC3), de acordo com informações do IFR, da Refinitv.

- PETROBRAS PN perdia 0,79 por cento e PETROBRAS ON caía 0,4 por cento, apesar de o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ter aprovado na véspera o valor de 9,058 bilhões de dólares a ser pago à estatal como parte da conclusão da renegociação do contrato da cessão onerosa. A Petrobras está preparando a venda de mais três gasodutos depois de levantar 8,6 bilhões de dólares com o repasse do controle da TAG à francesa Engie, disseram três fontes com conhecimento do assunto à Reuters.

- VALE recuava 0,25 por cento, em sessão com queda dos preços do minério na China. O JPMorgan elevou a previsão para o preço do minério de ferro em 2019 em 12 por cento, para 87 dólares por tonelada, e em 2020 em 5 por cento, para 74 dólares, destacando que as cotações podem tocar os 92 dólares ao longo do terceiro trimestre.

- CEMIG PN subia 3,77 por cento, tendo de pano de fundo noticiário de que sua controlada Renova Energia fechou acordo com a AES Tietê para venda da totalidade do Complexo Eólico Alto Sertão III. O JPMorgan elevou a recomendação das ações da Cemig para 'overweight', com preço-alvo de 16 reais.

- GOL PN valorizava-se 3,59 por cento, após ter encerrado na véspera em seu menor patamar de fechamento desde 29 de janeiro. Na terça-feira, a companhia aérea divulgou previsão de margem operacional Ebit de 16 a 17 por cento no primeiro trimestre de 2019, de acordo com dados preliminares e não auditados divulgados.

- ELETROBRAS PNB avançava 2,37 por cento, um dia depois de encerrar em seu menor valor de fechamento desde 8 de março.