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EUA preparam fim de isenções a compradores de petróleo do Irã

22/04/2019 09h28

Por Susan Cornwell e Henning Gloystein

WASHINGTON/CINGAPURA (Reuters) - Os Estados Unidos devem anunciar nesta segunda-feira que compradores de petróleo iraniano precisam encerrar as importações em breve ou enfrentarão sanções, disse uma fonte a par do assunto, provocando um salto nos preços do petróleo para seu maior nível de 2019 até agora.

Autoridades na Ásia se opuseram ao movimento, que já era esperado, apontando para condições apertadas de mercado e altos preços dos combustíveis como prejudiciais à indústria.

A fonte confirmou uma notícia do Washington Post de que o governo norte-americano vai suspender as isenções de sanções concedidas a alguns importadores de petróleo iraniano no final do ano passado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, quer acabar com as isenções para exercer "máxima pressão econômica" sobre o Irã, cortando suas exportações de petróleo e reduzindo sua principal fonte de receita a zero.

A Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, disse estar disposta a compensar a potencial perda de fornecimento, mas que primeiro precisará avaliar o impacto antes de impulsionar sua própria produção, disse uma fonte familiarizada com o pensamento saudita à Reuters.

Em novembro, os EUA reimplementaram as sanções às exportações de petróleo iraniano depois que o presidente Trump unilateralmente se retirou de um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais.

Washington, no entanto, concedeu isenções aos oito principais compradores do Irã --China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Turquia, Itália e Grécia-- que lhes permitiram compras limitadas por seis meses.

Nesta segunda-feira, o secretário de Estado Mike Pompeo anunciará "que, a partir de 2 de maio, o Departamento de Estado não concederá mais isenções a qualquer país que esteja importando petróleo iraniano", disse o colunista do Washington Post Josh Rogin em sua matéria citando duas autoridades do Departamento de Estado que ele não identificou.

(Por Susan Cornwell, em WASHINGTON, Henning Gloystein, em CINGAPURA, e Rania El Gamal, em DUBAI; reportagem adicional de Aaron Sheldrick e Yuka Obayahi, em TÓQUIO, Jane Chung, em SEUL, Meng Meng, em XANGAI, Nidhi Verma, em NOVA DÉLHI, e Koustav Samanta e Chen Aizhu, em CINGAPURA)