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Membros da Opep no Golfo podem elevar produção se houver demanda, dizem fontes

23/04/2019 10h32

Por Rania El Gamal

DUBAI (Reuters) - Produtores da Opep no Golfo podem se comprometer a suprir qualquer falta de oferta de petróleo após a decisão dos Estados Unidos de acabar com isenções temporárias de sanções contra compradores de barris do Irã, mas eles irão primeiro aguardar para ver se há demanda de fato, disseram fontes do grupo e do setor.

Os EUA decidiram não renovar exceções às sanções contra o Irã concedidas no ano passado a alguns compradores de petróleo do país, adotando uma linha mais dura que a esperada.

Oito países, incluindo China e Índia, haviam sido agraciados com seis meses em isenções, e diversos deles esperavam que essas isenções fossem renovadas.

Um representante sênior do governo dos EUA disse que Trump está confiante de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes cumprirão totalmente suas promessas de compensar a redução da oferta no mercado de petróleo.

Os produtores do Golfo estão comprometidos com a estabilidade do mercado e têm capacidade de aumentar a produção, mas qualquer decisão nesse sentido tem que ser avaliada de acordo com a demanda, disseram as fontes.

"A questão é o quão rápido e quanto a Opep irá elevar a produção. Isso ainda precisa ser decidido após consultas com outros países", disse uma das fontes.

"Isso precisa ser discutido e estudado. Há um acordo (da Opep) que deve ser respeitado, nós não vamos (aumentar a produção) de imediato, com certeza."

Outra fonte da Opep disse que a decisão dependerá da demanda. "Tem que haver um impacto real sobre o mercado e uma demanda real por parte dos consumidores", afirmou, acrescentando que um aumento físico no número de barris produzidos no Golfo para compensar uma queda na oferta do Irã é pouco provável antes de junho.

As exportações da Arábia Saudita em maio não devem ser muito mais elevadas que em abril, disseram duas fontes. Segundo elas, a produção saudita será maior em maio que em abril, mas ainda dentro das metas traçadas pelo acordo da Opep e seus aliados, em movimento sem relação com as sanções do Irã.

As exportações do reino em abril devem ficar abaixo de 7 milhões de barris por dia, enquanto a produção deverá ficar em cerca de 9,8 milhões de bpd, segundo oficiais sauditas.