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Acionistas ativistas da Vale protestam com memorial a Brumadinho em dia de assembleia

Placas com os nomes dos mortos e desaparecidos na tragédia de Brumadinho são colocadas na escadaria da sede da Vale no Rio  - Reprodução/Facebook
Placas com os nomes dos mortos e desaparecidos na tragédia de Brumadinho são colocadas na escadaria da sede da Vale no Rio Imagem: Reprodução/Facebook

Por Marta Nogueira

30/04/2019 10h30

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As escadarias da sede da mineradora Vale no Rio de Janeiro amanheceram nesta terça-feira tomadas por placas com os nomes das vítimas do rompimento de uma barragem da companhia em Brumadinho (MG), em janeiro.

O protesto, no qual são lembrados 233 mortos pelo desastre e 37 ainda desaparecidos, foi liderado pela Articulação dos Atingidos e Atingidas pela Vale, grupo de manifestantes críticos à empresa, integrado também por alguns acionistas da mineradora.

Esses acionistas vão participar de assembleia da companhia nesta terça-feira e prometem pedir a rejeição do Relatório de Administração referente às atividades da empresa no último período, além de exigir a paralisação integral das atividades da mineradora e a destituição completa de sua diretoria.

A ação acontece no dia em que a Vale realiza sua primeira assembleia de acionistas após a catástrofe.

A ação do grupo vem um dia após a Vale confirmar a nomeação de Eduardo Bartolomeo como novo diretor-presidente. Ele substituirá Fabio Schvartsman, que liderava a companhia à época do incidente e foi afastado do cargo em março. Schvartsman permanece como diretor executivo estatutário da companhia em situação de afastamento.

O grupo responsável pela instalação do memorial às vítimas na sede da mineradora defende que a continuidade da atual diretoria poderia ser "um obstáculo às investigações" do incidente, que qualificam como "crime".

Em 16 de abril, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão por investigações relacionadas ao desastre de Brumadinho. Um dos alvos da operação foi o ex-CEO da companhia, Schvartsman, conforme publicado pela Reuters com informação de uma fonte.

Bloqueios judiciais

Desde o rompimento da barragem, a Vale sofreu diversos bloqueios judiciais de recursos, além de ter algumas operações paralisadas também por decisões judiciais. A companhia também falhou em obter declarações de estabilidade para 17 estruturas, como barragens e diques.

Em declaração de Bartolomeo publicada em nota que anunciou sua confirmação no cargo, ele afirmou que assume com compromisso de liderar "a Vale no momento mais desafiador da sua história".

"Vamos trabalhar incansavelmente para garantir a segurança das pessoas e das operações da empresa. Jamais esqueceremos Brumadinho e não mediremos esforços para atenuar o sofrimento e reparar as perdas das comunidades impactadas", afirmou o novo diretor-presidente.