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Agência espanhola propõe amplo corte no retorno de empresas de gás e energia elétrica

05/07/2019 16h16

MADRI (Reuters) - A agência reguladora de concorrência da Espanha propôs nesta sexta-feira reduzir as taxas fixas de retorno de empresas de transporte de gás e de eletricidade, gerando uma ampla queda das ações de companhias de ambos os setores.

A Espanha regula a receita nesses setores ao estabelecer as taxas de retorno que as empresas podem obter em seus investimentos.

Sob o atual sistema, as companhias de gás geram "mais do que aquilo que seria um retorno adequado para um negócio de baixo risco, enquanto os consumidores tiveram aumentos notáveis" nos custos, disse a Comissão Nacional de Mercados e Competição (CNMC) ao anunciar sua proposta.

As ações das empresas de gás Enagas e Naturgy fecharam em queda de 7,2% e 3,4%, respectivamente, após a notícia, enquanto a operadora de redes Red Electrica também encerrou a sessão no vermelho, recuando 3,8%.

As ações de gás já haviam decaído na quinta-feira, quando o jornal espanhol Cinco Dias noticiou o plano de cortes da agência reguladora, mas disse que eles seriam de até 40%, o que acabou se provando um número distante do efetivamente proposto.

Na proposta, agora colocada em consulta pública, a CNMC sugeriu a redução dos retornos fixos no transporte de gás em 21,8%, além de um corte de 17,8% na taxa para distribuição.

O órgão também propôs um corte de 7% aos retornos fixos na distribuição de eletricidade e um corte de 8,2% para o transporte de eletricidade, afirmando que a redução menor nesses setores reflete o fato de que as empresas deverão ampliar seus investimentos nas redes elétricas.

Ao final da sessão desta sexta-feira, Enagas, Naturgy e Red Electrica já haviam perdido quase 3 bilhões de euros (3,4 bilhões de dólares) em valor de mercado em apenas dois dias.

As propostas podem ser alteradas após a consulta pública-- a versão final da regulação deverá ser estabelecida até 2020.

A Naturgy afirmou em comunicado ao mercado que utilizará o período de consulta para garantir que a nova regulação permita retornos razoáveis e previsíveis.

Já a Enegas disse que está revisando atentamente as propostas e que exercerá seu direito de sugerir mudanças. A Red Electrica declarou que continuará trabalhando com a CNMC e com o Ministério da Energia.

Os investidores também puniram, embora em menor proporção, as distribuidoras de eletricidade Endesa e Iberdrola, além da portuguesa EDP, que perderam de 1,2% a 1,6% na sessão desta sexta-feira.

(Reportagem de Isla Binnie e Andres Gonzalez)