Ibovespa fecha quase estável; Petrobras pesa
Por Peter Frontini e Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou a sessão desta terça-feira quase estável, sob pressão de Petrobras e do movimento negativo das bolsas de Wall Street.
O Ibovespa cedeu 0,03%, a 103.775,41 pontos. O volume financeiro da sessão somou 15,5 bilhões de reais.
No aguardo da parte final da tramitação da reforma da Previdência, o mercado acompanhou noticiário sobre as propostas para a reforma tributária. O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra afirmou que sua proposta deve ser apresentada ainda este mês.
"Ainda teremos muita discussão acerca dos projetos, mas reiteramos a importância de uma reforma tributária para o avanço da economia", disse a Levante Investimentos, em nota a clientes.
Uma pesquisa do BofA Merrill Lynch Data Analytcs mostrou que quase 90% dos gestores esperam que o Ibovespa fique acima de 110 mil pontos no fim de 2019, ante 48% no mês passado.
Em Wall Street, os índices recuaram após divulgação de balanços de grandes bancos, reacendendo receios de desaceleração do lucro em um ambiente de juros baixos. O S&P 500 cedeu 0,34%.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuaram 1,24% e 1,19%, respectivamente, diante da forte queda dos preços do petróleo no exterior. A empresa pagará 1,9 bilhão de dólares a investidores numa oferta de recompra de títulos.
- SABESP perdeu 1,11%, após recentemente ter renovado máxima histórica em meio a expectativas de eventual privatização da companhia paulista de água e esgoto.
- BRASKEM cedeu 2,39%. O HSBC cortou o preço-alvo das ações da petroquímica, de 59 para 40 reais.
- B2W GLOBAL ON recuou 3,5%, com os papéis completando três sessões seguidas de quedas fortes.
- VALE subiu 0,68%, conforme os futuros do minério de ferro na China renovaram máximas. A empresa fez acordo com o Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais para pagar 400 milhões de reais a trabalhadores da mina em Brumadinho (MG), cujo rompimento de barragem deixou centenas de mortos. A Vale disse que ajustará provisões por Brumadinho no resultado do segundo trimestre.
- B3 avançou 3,17%. Relatório do Credit Suisse reiterou recomendação 'outperform' e elevou o preço-alvo de 35 para 48 reais. A análise citou perspectivas de melhores resultados em razão de maiores volumes negociados.
- ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,39%. BRADESCO PN, recuou 0,03%.
- GOL valorizou-se 4,66%, conforme analistas veem a empresa como principal beneficiada com a situação da Avianca Brasil, em recuperação judicial e com operações suspensas.
- SUZANO teve alta de 2,34% e KLABIN teve oscilação positiva de 0,06%, em dia positivo do setor de papel e celulose, apesar de analistas citarem pouca visibilidade para o cenário de preços da commodity. Em relatório, o Bradesco BBI destacou que, apesar dos investimentos estimados para o projeto Puma II, a alavancagem financeira da Klabin não deve alcançar os níveis elevados de investimentos anteriores.
- MRV avançou 1,45%, um dia após a construtora reportar alta de 5,8% nos lançamentos do segundo trimestre ante mesmo período de 2018, enquanto as vendas avançaram 2,7% na mesma comparação. CYRELA, que também divulgou prévia operacional na véspera, subiu 0,87%.
- OI ON caiu 3,09%, após a operadora divulgar plano estratégico que prevê arrecadar de 6,5 bilhões a 7,5 bilhões de reais com a venda de ativos não essenciais até 2021. A operadora de telecomunicações também fez projeções de receita e desempenho operacional nos próximos anos.
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