Macri anuncia medidas econômicas após colapso financeiro e eleitoral
BUENOS AIRES, 14 Ago (Reuters) - O presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou nesta quarta-feira várias medidas para aliviar o impacto sobre a população da queda dos mercados financeiros provocada pela vitória do candidato de oposição Alberto Fernández nas eleições primárias.
A vitória esmagadora de Fernández nas eleições primárias de domingo (11) foi um duro golpe às chances de reeleição de Macri e afetou os mercados financeiros com receios de que a Argentina pudesse voltar às políticas econômicas intervencionistas do governo anterior.
Os anúncios não conseguiram acalmar o mercado de câmbio em um dia de perdas nas Bolsas internacionais. O peso caía 12,3%, a 61 por dólar, e acumula perdas de quase 26% na semana.
Em uma tentativa de se recuperar na cena política, Macri disse que cortará o imposto sobre a renda, aumentará os subsídios para os pobres e congelará por 90 dias os preços dos combustíveis, entre outras medidas.
"As medidas que tomei e que vou compartilhar com vocês agora são porque eu escutei vocês. Ouvi o que vocês queriam me dizer no domingo", disse Macri.
"Essas são medidas que trarão alívio para 17 milhões de trabalhadores e suas famílias", disse Macri, em uma mensagem gravada antes da abertura do mercado.
O governo elevará em 20% o piso a partir do qual os empregados pagam o imposto sobre a renda, dará dois pagamentos extras --até as eleições de outubro-- às famílias que utilizam o subsídio por pobreza e devolverá impostos a trabalhadores.
O conjunto de medidas terá um custo fiscal de 40 bilhões de pesos (US$ 678 milhões).
Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Fernández como sua companheira de chapa, liderou as eleições primárias com uma margem de 15 pontos percentuais à frente de Macri, bem mais do que o esperado.
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