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BC da Argentina enfrenta teste crucial para o peso antes das eleições

Peso argentino entrou em queda livre após eleições primárias no domingo, quando Alberto Fernández derrotou o presidente Mauricio Macri (foto) - Juan Mabromata/AFP
Peso argentino entrou em queda livre após eleições primárias no domingo, quando Alberto Fernández derrotou o presidente Mauricio Macri (foto) Imagem: Juan Mabromata/AFP

Walter Bianchi e Jorge Otaola

Da Reuters, em Buenos Aires

16/08/2019 12h10

O banco central da Argentina desempenhará um papel crucial na sustentação do peso antes da eleição presidencial de outubro, disseram analistas hoje, caminhando em uma linha politicamente tensa ao buscar fornecer suporte sem explodir suas reservas.

O peso da Argentina ficou em queda livre durante a maior parte desta semana, após um choque nas eleições primárias no domingo, quando o candidato presidencial de centro-esquerda Alberto Fernández derrotou o presidente de centro-direita Mauricio Macri por uma margem de 15 pontos percentuais. A escala da vitória de Fernández sugeriu que ele tem boas chances de ganhar a próxima votação no primeiro turno.

Depois de perder cerca de um quarto de seu valor nos três primeiros dias da semana, o peso se estabilizou desde então. Na manhã desta sexta-feira, a moeda rondava a estabilidade, a 57,15 pesos por dólar, o que deu às autoridades um pouco de folga.

O colapso do peso, que ocorre em meio a crescentes temores de uma recessão global, forçou o banco central a vender dólares e obrigou os bancos privados a reduzirem suas carteira em dólar e a fornecer liquidez ao mercado. Apesar dessas medidas, analistas disseram que o banco central estará em uma posição politicamente sensível com a chegada da eleição de outubro.

"Um elemento estratégico para o governo e a oposição é como as reservas atuais do banco central são usadas", disse a consultoria Fundación Mediterranea.

"A oposição não quer que a atual administração deixe o banco central com poucas reservas, e é conveniente para o governo que as propostas anunciadas pela oposição sejam razoáveis para os mercados."

O banco central tem cerca de 66 bilhões de dólares em reservas, dos quais cerca de 20 bilhões são recursos livres que podem ser usados para pagar dívidas e estabilizar o peso, segundo um funcionário do governo argentino. Desde a votação de domingo, o banco central leiloou um total de 503 milhões de dólares.

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