Chinesas avaliam compra de produtos dos EUA em meio a negociações comerciais
Por Stella Qiu e Dominique Patton
PEQUIM (Reuters) - Companhias chinesas começaram a perguntar sobre preços para a compra de produtos agrícolas dos Estados Unidos, disse o governo chinês nesta quinta-feira, em mais um sinal de um potencial alívio na longa e dura guerra comercial entre as duas maiores economias globais.
O movimento acontece antes de um planejado encontro no início de outubro entre os principais negociadores comerciais de EUA e China em Washington, que visa reduzir a tensão do conflito comercial, que tem impactado cadeias globais de suprimento e os mercados financeiros.
Na quarta-feira, Pequim e Washington fizeram concessões em tarifas que planejam aplicar, o que ajudou os mercados acionários globais e valorizou a moeda chinesa.
Ao falar durante uma coletiva de imprensa em Pequim nesta quinta-feira, o ministro de Comércio chinês, Gao Feng, disse que a China viu com bons olhos o movimento dos EUA.
"Pelo que sei, empresas chinesas começaram a perguntar sobre preços de produtos agrícolas dos EUA. A China espera que os dois lados continuem a se encontrar e adotar ações concretas para criar condições favoráveis de negociação", afirmou.
As possíveis compras de produtos dos EUA incluiriam carne suína e soja, hoje sujeitas a pesadas tarifas na China, segundo Gao.
Mesmo com tarifas de 62% desde o ano passado, as exportações de carne suína dos EUA para a China saltaram 51% nos primeiros sete meses de 2019 ante o ano passado, para 240 mil toneladas, segundo a Federação de Exportadores de Carne dos EUA.
A China reduziu as compras de produtos agrícolas dos EUA em agosto, após o presidente norte-americano Donald Trump ter prometido novas tarifas sobre cerca de 300 bilhões de dólares em produtos chineses, acusando Pequim de não ter cumprido totalmente uma promessa de comprar grandes volumes de produtos agrícolas.
Na quarta-feira, os EUA concordaram em adiar para 15 de outubro um aumento de tarifas sobre 250 bilhões de dólares em produtos chineses antes previsto para 1° de outubro, como "gesto de boa vontade". Já a China anunciou também na quarta que irá isentar 16 produtos dos EUA de tarifas, incluindo alguns medicamentos contra câncer e lubrificantes, além de ingredientes de ação animal.
(Por Stella Qiu, Ben Blanchard, Michael Martina e Dominique Patton)
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