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Após desastre do WeWork, mercado trava IPOs de empresas que não dão lucro

27/09/2019 16h00

Por Tim McLaughlin

BOSTON (Reuters) - As empresas que tentam estrear no mercado de ações dos EUA estão recebendo recepção fria do mercado, especialmente se não dão lucro, lançando uma sombra sobre o calendário das ofertas públicas iniciais para o resto do ano.

O surpreendente adiamento do IPO do WeWork destacou que a confiança está diminuindo no mercado, tanto para as empresas que buscam aumentar o capital quanto para os investidores.

Um mercado mais exigente para ofertas iniciais puniu a Peloton nesta sexta-feira, um dia após o início das negociações, com as ações da startup fitness caindo 4%. A empresa agora está negociando 15% abaixo do preço do IPO de quarta-feira.

No passado, os investidores normalmente esperavam que as empresas se tornassem lucrativas dentro de 18 meses ou mais após a abertura de capital. Esse cronograma se tornou mais relaxado com os gestores ansiosos para adicionar empresas com receita de crescimento rápido a seus portfólios.

Porém, os IPOs recentes sugerem que a perspectiva econômica incerta está pressionando os investidores a serem mais seletivos em relação às empresas que desejam apoiar.

A Peloton teve um crescimento de receita líquida de 110% no ano fiscal terminado em 30 de junho. Mas a empresa também mostrou uma alavancagem operacional negativa, com as despesas operacionais subindo 147% em relação ao ano anterior.

O retorno médio de IPOs em 2019 agora é de cerca de 9%, ante mais de 30% no final de junho e mais de 18% cerca de duas semanas atrás.

Tirando lição das dificuldades enfrentadas no início de 2019 das empresas Uber e Lyft, que não têm cronograma definido para se tornarem lucrativas, os investidores começaram a se afastar de empresas com histórico de perdas acentuadas.

O mercado foi mais receptivo a nomes menos conhecidos, como a empresa de segurança cibernética Ping Identity e a empresa de monitoramento de nuvem Datadog. Ambas registraram perdas mais modestas e vendem mais para empresas do que para consumidores.