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Bolsonaro indica que tem trabalhado para impedir vitória da oposição na Argentina

10/10/2019 14h05

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro sinalizou nesta quinta-feira, sem citar nominalmente a Argentina, que seu governo tem trabalhado para impedir que a oposição kirchnerista vença as eleições presidenciais deste mês, e alertou que o Brasil precisa avançar para não chegar em 2022 num cenário parecido com o que vive hoje este país "mais ao sul".

Segundo Bolsonaro, é preciso impedir que o país mencionado por ele não retorne às mãos daqueles que, de acordo com o presidente, o deixaram em uma situação difícil.

As declarações foram dadas em discurso de abertura do Fórum de Investimentos Brasil, em São Paulo, no momento em que o presidente elogiava seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pelo trabalho que tem feito em relação à Venezuela, país vizinho que vive uma profunda crise econômica, social e política.

“Ernesto Araújo quando chegou, muito criticado, era diferente daqueles que ocuparam sua cadeira anteriormente, tem aberto portas. Tem sido um herói na questão de busca de solução para a Venezuela. Como também temos trabalhado para que outro país, mais ao sul, não volte para as mãos daquelas pessoas que no passado botaram esse país numa situação bastante complicada”, disse Bolsonaro, que defendeu que não se pode permitir que grupos políticos que o antecederam na Presidência retornem ao poder no Brasil.

“Nós não podemos ser em 22 o que esse grande país ao sul da América do Sul é e vive no momento. Isso depende do trabalho sério de cada um de nós, mostrar para aqueles que acreditam, que aqueles que também ocuparam o governo anos anteriores não podem voltar. Se voltarem pelo voto, paciência, vamos respeitar, mas que não voltem por omissão nossa. Por falta de nós mostrarmos para as pessoas que, lá atrás, o nosso destino era a Venezuela”, afirmou.

Bolsonaro é aliado do presidente argentino, Mauricio Macri, que sofreu uma ampla derrota nas eleições primárias na Argentina em agosto e deve ser derrotado por Alberto Fernández, que tem como candidata a vice a ex-presidente Cristina Kirchner.