Economistas reduzem projeção de déficit fiscal em 2019 e elevam a de 2020 após leilão de petróleo
Economistas voltaram a reduzir suas projeções para o déficit primário do governo central neste ano, mas elevaram a estimativa de rombo para 2020, movimento que acompanha o impacto do leilão do excedente da cessão onerosa realizado na semana passada sobre a arrecadação pública.
Relatório Prisma divulgado pelo Ministério da Economia nesta terça-feira mostrou que os economistas preveem um déficit de 87,527 bilhões de reais para as contas do Tesouro, Previdência e Banco Central este ano. Para 2020, a estimativa, segundo mediana das projeções, é de déficit de 82,700 bilhões de reais.
No mês passado, as apostas retratadas no Prisma eram de déficit de 99,188 bilhões de reais em 2019 e de saldo negativo de 75 bilhões de reais em 2020. As projeções para ambos os anos seguem bem abaixo das metas fixadas para o período —de déficits de 139 bilhões de reais e de 124,1 bilhões de reais, respectivamente.
O fato de o leilão da cessão onerosa não ter tido ágio implicou, de acordo com as regras do certame, que as empresas vencedoras terão de pagar o valor total do bônus de assinatura devido —70 bilhões de reais— este ano.
Caso a concorrência tivesse sido maior, com pagamento de ágio, os pagamentos teriam sido parcelados, com parte sendo quitada em 2020. A União não embolsará os recursos na íntegra, já que com os recursos levantados ela pagará a Petrobras por revisão do contrato de cessão onerosa, também destinando uma parcela a Estados e municípios.
Logo após o leilão, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o déficit fiscal deste ano deverá ficar entre 82 bilhões de reais e 85 bilhões de reais.
Em relação à dívida bruta, indicador fiscal mais acompanhado pelos investidores, a estimativa dos economistas, segundo dados coletados até a última quinta-feira, é que ela feche este ano em 78,60% do Produto Interno Bruto, mesmo patamar previsto há um mês. Para 2020, a projeção sofreu leve recuo, de 79,55% do PIB para 79,50% do PIB.
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