OCDE estima crescimento global em mínima em uma década e culpa indecisão dos governos
A economia global está crescendo no ritmo mais lento desde a crise financeira conforme os governos deixam para os bancos centrais a tarefa de reanimar o investimento, disse a OCDE hoje em uma atualização de suas estimativas.
A economia mundial deve crescer 2,9% este ano e no próximo, mínima de uma década, disse a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em sua Perspectiva Econômica, reduzindo a estimativa para 2020 de 3,0% em setembro.
Oferecendo um pequeno consolo, a estimativa é de uma expansão de 3,0% em 2021, mas só se uma série de riscos que vão de guerras comerciais a uma acentuada desaceleração chinesa sejam contidos.
Uma preocupação maior, entretanto, é que os governos estão falhando em lidar com desafios globais como mudança climática, digitalização de suas economias e o desmoronamento da ordem multilateral que surgiu após a queda do Comunismo.
"Seria um erro considerar essas mudanças como fatores temporários que podem ser enfrentados com política monetária ou fiscal: eles são estruturais", disse a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.
Sem uma direção clara sobre essas questões, "a incerteza continuará alta, prejudicando as perspectivas de crescimento", acrescentou ela.
Entre as principais economias, o crescimento dos EUA está estimado em 2,3% este ano de 2,4% calculados em setembro, conforme o impulso fiscal de um corte tributário em 2017 perde força e em meio à fraqueza entre os parceiros comerciais dos Estados Unidos.
Com a maior economia do mundo devendo crescer 2,0% em 2020 e 2021, a OCDE disse que mais cortes de juros serão justificados se a expansão se tornar mais fraca.
A China, que não é membro da OCDE mas é acompanhada por ela, deve ter expansão ligeiramente mais rápida em 2012 do que o esperado em setembro, com crescimento de 6,2% em vez de 6,1%.
Entretanto, a OCDE disse que a China continuará perdendo força com crescimento esperado de 5,7% em 2020 e 5,5% em 2021 diante das tensões comerciais e reequilíbrio gradual da atividade.
Para o Brasil, a OCDE manteve as projeções de expansão de 0,8% em 2019 e 1,7% em 2020, mas passou a ver crescimento de 1,8% em 2021, de 2,0% estimados em setembro.
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