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XP precifica IPO a US$27 por ação, dizem fontes

10/12/2019 20h09

SÃO PAULO (Reuters) - A plataforma de serviços financeiros XP precificou nesta terça-feira a maior oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de uma empresa brasileira este ano, a 27 dólares por ação na Nasdaq, acima da faixa de preço inicial, e levantou 2,25 bilhões de dólares, disseram fontes com conhecimento do assunto.    

A XP, que tem entre seus acionistas a General Atlantic, o Itaú Unibanco e o fundador Guilherme Benchimol, foi avaliada em 14,9 bilhões de dólares, acrescentaram as fontes, pedindo anonimato para divulgar o preço antes do anúncio.    

A empresa e seus acionistas vão levantar 2,25 bilhões de dólares, no quarto maior IPO dos Estados Unidos em 2019 e considerado um indicador para outras empresas de tecnologia financeira do Brasil que planejam listagem dos EUA em 2020.    

Com uma demanda equivalente a 14 vezes a oferta, a XP elevou sua faixa de preço inicial, que era de 22 a 25 dólares por ação.    

A oferta de ações da XP deve elevar a concorrência no setor bancário no Brasil, com os cinco principais bancos do país detendo 82% do total de ativos. A empresa usará os recursos para investir em marketing, contratação e novos serviços financeiros.    

Fundada em 2001 como consultora financeira independente, a XP vem desafiando os maiores bancos tradicionais do Brasil. Com mais de 1,5 milhão de clientes, o XP tem 350 bilhões de reais sob custódia.    

Esta é a segunda vez que o XP busca um IPO. Em 2017, a XP estava prestes a listar suas ações quando fechou um acordo com o Itaú Unibanco, que pagou 6,3 bilhões de reais em dinheiro e ações para comprar uma participação de 49,9% na empresa.    

A XP obteve a maior avaliação de sempre de uma empresa brasileira em um IPO nos EUA. A avaliação equivale a 60 vezes seus ganhos em 2019, um múltiplo muito maior do que os corretores digitais pares nos EUA.    

O IPO da XP ocorreu durante um ambiente difícil para novas listagens nos Estados Unidos, com uma série de empresas grandes como Uber, Lyft e da fabricante de bicicletas ergométricas Peloton sofrendo com a estreia na bolsa.

(Reportagem de Carolina Mandl e Tatiana Bautzer)