FUP recorrerá de decisão contra greve na Petrobras; empresa exige volta ao trabalho
SÃO PAULO (Reuters) - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou que vai recorrer de decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que declarou na véspera a greve de empregados da Petrobras ilegal e abusiva, segundo vídeo divulgado pela entidade, que liderou manifestação nas ruas do Centro do Rio nesta terça-feira.
Ao atender recurso da petroleira, o ministro do TST Ives Gandra da Silva Martins Filho autorizou a Petrobras a "adotar as medidas administrativas cabíveis" para o fim da paralisação iniciada em 1° de fevereiro, inclusive com sanções disciplinares aos empregados que não atenderem ao comando judicial.
A Petrobras disse em comunicado à imprensa na noite de segunda-feira que "já notificou as entidades sindicais da decisão e aguarda que todos os empregados retornem às suas atribuições imediatamente".
Já a FUP criticou a decisão e afirmou entender que o movimento grevista é legítimo e legal. A comissão permanente de negociação da entidade ainda pediu que os petroleiros mantenham a paralisação e aguardem orientações dos sindicatos.
"Entendemos que essa decisão é inconstitucional e nossos advogados em todo o Brasil estarão, sim, vendo uma forma de questionar essa decisão monocrática do ministro Ives Gandra", disse no vídeo o diretor da FUP, Deyvid Bacelar.
A decisão do ministro do TST estabeleceu multas diárias de entre 250 mil e 500 mil reais aos sindicatos em caso de descumprimento, além de bloqueio de contas e repasse de mensalidades associativas.
Na véspera, a FUP havia afirmado que a paralisação tinha adesão de mais de 60% dos funcionários da área operacional da empresa, envolvendo mais de 20 mil trabalhadores em 13 Estados.
A Federação Única dos Petroleiros —que representa os 13 sindicatos que aprovaram a greve— diz que o movimento é contra demissões em uma fábrica de fertilizantes no Paraná, desativada pela Petrobras. Com a decisão, a empresa desligou 396 empregados próprios da unidade. [nL1N29J0OQ]
A federação alega ainda que há descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), o que a Petrobras nega.
A FUP informou nesta terça que a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná Rosalie Michaele Bacila decidiu em audiência de dissídio coletivo pela suspensão da dispensa dos trabalhadores da fábrica de fertilizantes até 6 de março, dia da próxima audiência.
Um ato em favor da greve reuniu petroleiros no Centro do Rio nesta terça-feira, que marcharam entre o edifício sede da empresa e os Arcos da Lapa.
(Por Luciano Costa; reportagem adicional de Marta Nogueira)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.