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Petrobras eleva gasolina pela 1ª vez no ano; importadores veem falta de paridade

Por Marta Nogueira
Imagem: Por Marta Nogueira

Marta Nogueira e Roberto Samora

Rio

19/02/2020 12h45

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras elevará o preço médio da gasolina em suas refinarias em 3% a partir de quinta-feira, no que será o primeiro aumento do combustível neste ano após quatro cortes em 2020.

O preço do diesel da petroleira, por sua vez, não terá alterações.

O reajuste da gasolina ocorre após o preço do petróleo Brent registrar uma recuperação de cerca de 10% desde o último dia 10, quando havia atingido o menor valor em cerca de 13 meses, com temores sobre o impacto do coronavírus na demanda chinesa.

O dólar à vista também tem apresentado alta, o que aumenta o custo de importação, dando espaço para a Petrobras elevar seu combustível.

Na véspera, a moeda norte-americana teve nova máxima histórica, de 4,358 reais na venda.

A informação sobre o reajuste na quinta-feira foi obtida pela Reuters no mercado e confirmada pela assessoria de imprensa da estatal.

O repasse da alta da gasolina nas refinarias para o consumidor final nos postos, no entanto, não é imediato e depende de diversos fatores, como consumo de estoques, impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.

"O ajuste tinha que ser feito mesmo, o mercado internacional tinha subido bem o preço desde a última atualização da Petrobras e o câmbio no Brasil também tinha evoluído", disse o chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva.

A Petrobras tem reiterado que sua política para os combustíveis segue o princípio da paridade de importação, que leva em conta preços no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio.

Silva, no entanto, ponderou que o ajuste anunciado para a gasolina ainda não levou o preço para a paridade de importação.

A Petrobras não detalha qual o nível da paridade.

GARANTIA DO ABASTECIMENTO

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, também afirmou à Reuters que, mesmo após o ajuste informado nesta quarta-feira, "as janelas para importações estão completamente fechadas", tanto para o diesel quanto para a gasolina.

Segundo ele, as importadoras poderiam estar trabalhando para compor estoques e trazer maior segurança ao abastecimento do país, diante de uma greve de funcionários da Petrobras que teve início em 1º de fevereiro.

A petroleira tem informado que a produção não foi impactada, mas a duração da greve preocupa alguns segmentos do mercado.

"A viabilização das operações de importação permitiria a manutenção de estoques dos derivados nos terminais portuários, mitigando os riscos de desabastecimento, caso a grave dos petroleiros seja mantida", disse Araújo.