China eleva exportação de combustíveis após coronavírus impactar demanda doméstica
Por Koustav Samanta e Muyu Xu
CINGAPURA/MELBOURNE (Reuters) - A China elevou as exportações de combustíveis para compensar perdas na demanda doméstica, enquanto lida com as consequências de uma epidemia de coronavírus.
O país, segundo maior consumidor global de petróleo, não conseguiu evitar a formação de um excesso de oferta após cortes na produção de refinarias.
As exportações de produtos refinados de petróleo da China subiram para níveis muito acima dos vistos um ano atrás, disseram fontes comerciais e analistas do setor, aumentando a oferta na Ásia, onde outros países também lidam com uma demanda enfraquecida devido ao vírus.
A demanda por produtos refinados de petróleo na China deve cair 35,7% no primeiro trimestre quando na comparação com mesmo período do ano anterior, levando a uma sobreoferta de 27,08 milhões de toneladas no mercado local, disse a área de pesquisa da China National Petroleum Corp (CNPC).
A epidemia do vírus, que teve origem no polo industrial de Wuhan, no centro da China, já matou mais de 2,6 mil pessoas no país e levou a diversas restrições a viagens e no transporte.
"Nós agora vemos as exportações chinesas pós-Ano Novo Lunar em 156 mil toneladas por dia, ante 139 mil toneladas no mesmo período do ano passado, alta de 12% na comparação anual", disse o chefe de análises de mercado na empresa de dados de commodities Kpler, Alexander Booth.
A consultoria SIA Energy, com sede em Pequim, disse esperar que as exportações desses produtos no primeiro trimestre cresçam em 58 mil bpd, com alta de 3,9% na comparação com mesmo período do ano anterior. Isso representa cerca de 7 mil toneladas por dia, principalmente em gasolina e combustível para aviação.
"A alta será principalmente em fevereiro e março, por causa do Ano Novo Chinês em janeiro", disse Seng Tick Tee, da SIA.
"Nós estimamos que a redução na demanda da China (por combustível de aviação) vai superar os cortes de produção em 0,1 milhão de barris por dia em fevereiro, o que significa que as exportações devem vir fortes em março", disseram analistas da consultoria Energy Aspects.
(Por Koustav Samanta em Cingapura e Muyu Xu em Pequim; reportagem adicional de Aizhu Chen e Roslan Khasawneh em Cingapura)
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