BCs abrem carteiras à medida que pânico nos mercados prejudica liquidez
HONG KONG/LONDRES (Reuters) - Os bancos centrais globais agiam para sustentar os mercados nesta sexta-feira depois que a queda dos preços das ações provocou uma fuga em busca de dinheiro, atingindo muitas moedas regionais e ameaçando um aumento nos custos de empréstimos de curto prazo.
Com a maioria das economias desenvolvidas entrando em bloqueio parcial em resposta à crescente pandemia de coronavírus, a Noruega e a Suécia anunciaram pacotes de estímulo no início das negociações europeias.
Antes, após uma injeção de meio trilhão de dólares no sistema bancário dos Estados Unidos, o banco central do Japão prometeu comprar 200 bilhões de ienes (1,90 bilhão de dólares) em títulos do governo de cinco a dez anos e injetar mais 1,5 trilhão de ienes em empréstimos de duas semanas.
A compra de títulos de bancos injeta dinheiro nos mercados.
"Devemos ver mais ações dos bancos centrais, porque o que precisamos aqui é de uma ponte de liquidez de curto prazo", disse Mohammed Apabhai, chefe de estratégia comercial da Ásia para o Citigroup. "A questão é que, se isso não acontecer, essa situação corre o risco de se tornar um problema mais sistêmico".
O banco central da Noruega ofereceu o primeiro de uma série de empréstimos de emergência de três meses ao setor bancário e se juntou à lista crescente de autoridades monetárias que reduziram os custos dos empréstimos nos últimos dias com um corte inesperado de meio ponto em sua principal taxa de juros.
O banco central da Suécia disse que emprestará até 500 bilhões de coroas suecas (51 bilhões de dólares) para empresas locais por meio de bancos para garantir que eles tenham acesso ao crédito.
Algumas empresas começaram a acumular dinheiro e reduzir linhas de crédito, procurando equilibrar a necessidade de pagar salários e despesas gerais, pois sua receita é afetada pela queda na atividade cotidiana.
Mais cedo, na Ásia, o banco central da Indonésia comprou 6 trilhões de rúpias (405 milhões de dólares) em títulos do governo em um leilão - o dobro de sua meta inicial, disse uma autoridade à Reuters, depois que o banco central da Austrália injetou 8,8 bilhões de dólares australianos (5,52 bilhões de dólares), uma quantia extraordinariamente grande, em seu sistema financeiro.
Na Coréia do Sul, um dos países na linha de frente do surto, o Ministério das Finanças se reuniu e concordou em cooperar com seu banco central, após especulações de que um corte emergencial da taxa de juros poderia estar sobre a mesa.
O custo de captação de dólares através de swaps do par won/dólar subia a uma máxima de seis anos, à medida que a demanda pela moeda de reserva mundial aumentava entre as corretoras de Seul.
A sucessão de movimentos de bancos centrais ocorreu depois que o Federal Reserve surpreendeu os mercados na quinta-feira ao injetar 500 bilhões de dólares no sistema financeiro e prometer mais 1 trilhão.
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