BC diz que linha de swap com Fed não implica condicionalidades de política econômica
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central informou nesta quinta-feira que a linha de swap de 60 bilhões de dólares com o Federal Reserve, o BC norte-americano, não implica condicionalidades de política econômica e será utilizada para incrementar os fundos disponíveis para as suas operações de provisão de liquidez em dólares.
Com isso, ela aumentará "a oferta potencial de dólar no mercado doméstico", disse o BC em nota.
A autoridade monetária informou ainda que tomará as medidas regulamentares e operacionais necessárias para a implementação da iniciativa, observando limites e condições a serem estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A linha havia sido anunciada mais cedo pelo Fed, que abriu as torneiras para que bancos centrais em mais oito países também tenham acesso a dólares na expectativa de impedir que a epidemia de coronavírus cause uma crise econômica global. Para todos eles, incluindo o Brasil, o acordo permanecerá em vigor por pelo menos seis meses.
O BC afirmou que a linha de liquidez soma-se ao seu conjunto de instrumentos disponíveis para lidar com a alta volatilidade dos mercados em decorrência da pandemia do Covid-19.
Segundo o Fed, os swaps --em que o banco central norte-americano aceita outras moedas como garantia em troca de dólares-- permitirão que os BCs dos nove países acessem um total combinado de até 450 bilhões de dólares, dinheiro que vai garantir que o sistema financeiro dependente de dólares continue a funcionar.
Os novos instrumentos vão garantir o fornecimento de liquidez de até 60 bilhões de dólares cada para os BCs de Austrália, Brasil, Coreia, México, Cingapura e Suécia. Os BCs de Dinamarca, Noruega e Nova Zelândia terão acesso a 30 bilhões de dólares cada.
Esses países receberam linhas de swap durante a crise de 2007 a 2009, e o Fed tem acordos permanentes de swap com os bancos centrais do Canadá, da Inglaterra, do Japão, com o Banco Central Europeu e o da Suíça.
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