Governo de SP vai decretar estado de calamidade para acelerar combate a coronavírus
SÃO PAULO (Reuters) - O governo de São Paulo assinou decreto para colocar em vigor estado de calamidade pública, medida justificada pelo governador João Doria para acelerar os ritos de compras de insumos e medidas consideradas necessárias para o enfrentamento da epidemia de Covid-19.
"O decreto está assinado e será publicado amanhã. Não é para alarmar a população...o decreto simplifica processo de compras, dando mais agilidade ao governo", afirmou Doria a jornalistas nesta sexta-feira.
Segundo representantes do governo estadual, São Paulo tem 286 casos confirmados do novo coronavírus e cinco mortos. Há ainda cerca 7,7 mil casos suspeitos. Os casos graves, com internação em unidade de tratamento intensivo somam 24, todos em hospitais particulares.
O infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência de Coronavírus de São Paulo, disse que o pico de casos da doença no Estado deve acontecer entre abril e maio.
O governo paulista, em parceria com a prefeitura da capital, também anunciou o fechamento parques estaduais e municipais a partir deste final de semana até o fim de abril. Além disso, todos os serviços públicos não essenciais serão suspensos a partir de segunda-feira, até 30 de abril.
Questionado se o governo pretende decretar medidas como toque de recolher, Doria afirmou que o governo "vai adotar as medidas corretas no momento correto".
Já Uip afirmou que o objetivo das ações tomadas até agora é reduzir a curva de contaminação para diminuí-la antes do atingimento do pico previsto. "Estamos tentando retardar a curva e se faz isso com restrição de caminhos das pessoas. Entendo que com as medidas tomadas pelo prefeito (de São Paulo, Bruno Covas) e pelo governador isso vai ser conseguido."
Doria também afirmou que o governo estadual não estuda no momento o fechamento do sistema rodoviário Anchieta-Imigrantes, operado pela concessionária Ecorodovias. Várias cidades no litoral paulista proibiram acesso a suas praias como medidas para evitar a propagação do coronavírus.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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