Ministério da Saúde estima em R$10 bi custo de combate a coronavírus
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Saúde disse em nota nesta quinta-feira que estima em 10 bilhões de reais o custo do combate à pandemia de coronavírus no Brasil, e afirmou que o governo federal buscará um empréstimo junto ao Banco Mundial para fazer frente a esta despesa.
A nota divulgada pelo ministério foi uma resposta a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que afirmou que a pasta havia enviado documento ao Ministério da Economia estimando o custo em 410 bilhões de reais. De acordo com o comunicado, este número realmente estava no documento, mas houve um erro e o valor correto é 10 bilhões de reais.
"Trata-se de um erro material. O valor estimado correto seria 10 bilhões de reais. O algarismo '4' foi escrito por engano — deveria ser um cifrão, que fica na mesma tecla do '4'. O erro passou despercebido na revisão do documento. O Ministério da Saúde solicitou ao Ministério da Economia na manhã do dia de hoje a devolução do estudo para as correções devidas", afirma a nota.
Ainda de acordo com o comunicado, o documento preliminar foi enviado ao Ministério da Economia "com vistas a negociação de empréstimo junto ao Banco Mundial".
Parte desses recursos será destinada à compra de milhões de testes para o novo coronavírus, depois que o ministério decidiu seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de realizar o maior número possível de testes para identificar pessoas infectadas, mudando postura anterior.
De acordo com o ministério, serão realizados no total 22,9 milhões de testes, sendo 14,2 milhões de testes moleculares e outros 8 milhões de testes rápidos.
Os primeiros, chamados de PCR, serão usados para testagem em pacientes graves e em amostras em postos de saúde, para monitoramento da epidemia, e os outros serão usados em profissionais de saúde e para ampliar as testagens de pessoas com síndromes gripais que procurarem o sistema de saúde.
O Brasil registrou até o momento 2.544 casos de coronavírus, com 57 mortes.
Diante do avanço da pandemia, o Congresso aprovou na semana passada decreto de reconhecimento de calamidade pública, com vigência até 31 de dezembro. O texto desobriga o cumprimento da meta fiscal deste ano para o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), de 124,1 bilhões de reais, abrindo caminho para mais gastos com a epidemia.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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