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China está disposta a tratar desafios de dívida com países pobres, diz autoridade chinesa

07/04/2020 18h45

Por Andrea Shalal

WASHINGTON (Reuters) - A China, um importante credor, está disposta a trabalhar bilateralmente com países de renda baixa que enfrentam desafios econômicos devido à pandemia do Covid-19, incluindo a possibilidade de adiar alguns pagamentos do serviço da dívida, disse uma autoridade chinesa à Reuters.

A autoridade afirmou que Pequim está considerando a pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial para que a China e outros credores bilaterais oficiais suspendam imediatamente o pagamento da dívida dos países mais pobres.

"Os países em desenvolvimento, especialmente os de baixa renda, estão enfrentando desafios maiores. Estamos dispostos a manter a comunicação com os países relevantes por meio de canais bilaterais", afirmou a autoridade.

"Concordamos que alguns países não devem ser forçados a fazer pagamentos durante a crise."

O FMI e o Banco Mundial pediram em 25 de março uma moratória da dívida para os países mais pobres do mundo por cerca de um ano, enquanto eles combatem a pandemia e procuram atenuar o impacto de paralisações que visam diminuir a propagação do vírus.

As instituições instaram o Grupo das 20 principais economias (G20), incluindo Estados Unidos e China, a endossar o pedido, mas autoridades financeiras do G20 não o fizeram durante sua última reunião em 31 de março. Um grupo de trabalho do G20 deve se reunir na quarta-feira antes que autoridades financeiras se reencontrem em 15 de abril.

Um alívio da dívida já foi fornecido anteriormente para ajudar os países mais pobres do mundo, mas a dinâmica mudou consideravelmente.

Diferentemente de um grande programa de alívio da dívida do FMI e do Banco Mundial lançado em 1996, quando os países deviam principalmente dinheiro a nações ricas do Ocidente e a instituições multilaterais, grande parte da dívida é agora devida à China e a companhias chinesas.

Governo, bancos e empresas da China emprestaram cerca de 143 bilhões de dólares à África entre 2000 e 2017, segundo a Universidade Johns Hopkins.