Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Fitch vê queda de 54% na geração de caixa de elétricas no Brasil após coronavírus

09/04/2020 13h19

SÃO PAULO (Reuters) - Os 10 principais grupos que operam distribuidoras de energia no Brasil devem enfrentar uma queda de aproximadamente 54% na geração de fluxo de caixa devido a impactos do coronavírus sobre o mercado, o equivalente a cerca de 13 bilhões de reais, estimou nesta quinta-feira a Fitch Ratings.

"Isso viria como resultado de uma queda na demanda e da menor arrecadação (via tarifas) relacionada à pandemia do vírus", disse a agência de classificação de risco.

A Fitch estimou uma queda de 20% em volumes de energia para as empresas no segundo trimestre quando na comparação com as estimativas originais para o período, além de uma inadimplência de 20% no trimestre.

A agência ainda disse que a alavancagem média das empresas do setor, medida pela relação entre geração de caixa e endividamento, poderia aumentar em 2020 em 1,4 vez, para 4,5 vezes, caso elas precisem levantar dívidas no mercado sem apoio do governo.

"Grupos com maior exposição ao segmento de distribuição em seus resultados consolidados devem ter um maior impacto no fluxo de caixa e uma deterioração mais severa da liquidez", disse a Fitch, citando Enel Brasil, Energisa, Equatorial, Light e Celesc.

Empresas com negócios mais diversificados, como CPFL, Cemig, Copel e EDP Brasil, devem enfrentar impactos mais moderados sobre suas métricas de crédito.

O governo brasileiro publicou nesta quinta-feira medida provisória (MP) para viabilizar operações de crédito às distribuidoras que devem ser realizadas por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O Ministério de Minas e Energia disse que a iniciativa "visa "prover um alívio financeiro às distribuidoras", sem mencionar os valores que deverão ser movimentados pelos empréstimos.

Executivos de distribuidoras estimaram na semana passada que o segmento poderia demandar entre 15 bilhões e 17 bilhões de reais para enfrentar os impactos decorrentes do coronavírus.

(Por Luciano Costa)