Distribuidoras de energia perdem receita e inadimplência triplica após coronavírus
Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - Concessionárias de distribuição de eletricidade do Brasil têm registrado desde meados de março uma queda de faturamento de cerca de 9% na comparação com o ano passado, devido aos impactos do coronavírus sobre a demanda por energia, segundo dados levantados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
"Além disso, o índice de inadimplência mais do que triplicou: saiu de 3,9% em abril de 2019 para 12,9% nos últimos dias. Esse percentual representa um inadimplemento de 2,46 bilhões de reais", apontou a agência reguladora, em relatório assinado pelo diretor Sandoval Feitosa com data de terça-feira.
O recuo frente ao faturamento registrado em abril de 2019 vem diante de uma redução de 14% no consumo total de energia desde o início de medidas de isolamento adotadas no país para combater a disseminação do vírus.
Os dados da Aneel sobre o faturamento, levantados por um grupo interno criado para monitoramento da situação do mercado devido à pandemia, foram obtidos junto a "parte das distribuidoras" e consideram período de 21 de março a 19 de abril.
Já a maior inadimplência ocorre em meio aos impactos econômicos da pandemia e após a Aneel ter decidido que distribuidoras não poderão cortar a energia de clientes residenciais e empresas de serviços essenciais durante 90 dias, mesmo em caso de falta de pagamento.
"Somando-se a redução de mercado e o aumento da inadimplência, verifica-se que as distribuidoras estão lidando com uma redução de receita total da ordem de 4,3 bilhões de reais", apontou o relatório.
Em meio aos fortes impactos no mercado, as distribuidoras têm pedido ao Ministério de Minas e Energia um pacote de apoio ao segmento.
O governo já publicou uma medida provisória que deve permitir a obtenção de empréstimos junto a bancos para socorrer o caixa das distribuidoras durante a pandemia, em operação que deve ser realizada por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para não pressionar o endividamento das empresas.
O valor dos financiamentos, no entanto, ainda não foi definido. Empresas do setor têm estimado que poderiam precisar de entre 15 bilhões e 17 bilhões de reais para atravessar o período de "turbulência" associado à pandemia.
A presidente-adjunta da Neoenergia, Solange Ribeiro, que participa das conversas com o governo, disse na terça-feira que há uma expectativa no setor de que as medidas de apoio às elétricas sejam divulgadas por autoridades em até duas semanas. [nL2N2CG12G]
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