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Petróleo deve cair ainda mais em 2020, mesmo com alívio em quarentenas

30/04/2020 10h13

Por Asha Sistla

(Reuters) - Os preços do petróleo devem cair ainda mais neste ano, mesmo com países aliviando restrições relacionadas à crise do coronavírus, enquanto cortes de oferta pelos principais produtores devem fazer pouco para resolver o excesso de oferta global, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta quinta-feira.

A pesquisa com 45 analistas projetou que o preço médio do petróleo Brent deve ser de 35,84 dólares por barril em 2020, ou 7,5% abaixo do consenso de 38,76 dólares em pesquisa de maio. Até o momento no ano, a média é de 45 dólares.

Já os preços do petróleo nos EUA, o WTI, que caíram abaixo de zero pela primeira vez na história neste mês, com operadores desesperados para vender o contrato maio antes de seu vencimento, deve ficar em média a 31,47 dólares por barril em 2020, abaixo dos 35,29 dólares da pesquisa de março.

Tanto o Brent quanto o WTI despencaram para níveis abaixo de 20 dólares neste ano. O Brent, referência global, era negociado a cerca de 25 dólares nesta quinta-feira, mais de 60% abaixo do patamar visto ao final de 2019, à medida que quarentenas contra o coronavírus reduzem a demanda por combustíveis.

Mas analistas estão divididos quanto à possibilidade de os preços caírem novamente para território negativo, quando quem possui petróleo precisa pagar para que alguém fique com o produto. Compradores estão escassos em parte devido à falta de locais para armazenamento— áreas de estoques, como Cushing, em Oklahoma, têm pouco espaço para mais barris.

"Eu não poderia desconsiderar isso, dado que os estoques em Cushing provavelmente estarão maiores em um mês e encontrar espaço para armazenar mais barris pode ser mais desafiador do que agora", disse o analista do UBS, Giovanni Staunovo.

"Por outro lado, nós já vimos uma queda no interesse em aberto para o contrato junho, à medida que fundos negociados em bolsa e índices de commodities rolam posições e outros investidores buscam evitar ficar com contratos, uma vez que os preços podem desabar perto do vencimento."

"A lenta reabertura das maiores economias, riscos de reinfecções e um possível retorno pior da Covid-19 no inverno não ajudarão a demanda por petróleo", disse o analista da OANDA, Edward Moya.