Dólar tem 2ª maior cotação da história antes de ata do Copom
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar começou a semana em alta e fechou esta segunda-feira na segunda maior cotação da história, com um combo de incertezas no plano doméstico mais uma vez impondo ao real o título de moeda com pior desempenho global na sessão.
O mercado segue desconfortável com o ambiente fiscal e operou em modo cautela na véspera de o Banco Central divulgar detalhes sobre a decisão da semana passada de aprofundar o corte de juros e sinalizar mais afrouxamento monetário.
O dólar à vista saltou 1,47%, a 5,8242 reais na venda, atrás apenas do fechamento do último dia 7 (5,8399 reais na venda).
A pressão no câmbio fez o BC anunciar leilão de até 10 mil novos contratos de swap cambial tradicional já perto do fim da sessão no mercado à vista, com colocação do lote integral.
Na B3, o dólar futuro tinha alta de 1,30%, a 5,8255 reais, às 17h14.
O dólar subia contra boa parte de seus rivais nesta segunda, com peso mexicano --um dos pares mais próximos do real-- em queda de 1,3% no fim da tarde. Mas a moeda brasileira recorrentemente tem sofrido mais do que as de outros países emergentes, com investidores elegendo o risco em torno das contas públicas como o fiel da balança neste momento.
"Por mais que se pense que o real está fora de seu equilíbrio --com alguns falando que seria perto de 4,75 (reais por dólar)--, não dá para começar a ir contra o movimento de depreciação cambial sendo que você pode entrar num cenário em que a visão sobre a dinâmica fiscal está longe de ser animadora", disse Cleber Alessie, operador da Commcor DTVM.
O Itaú Unibanco informou nesta segunda-feira ter piorado de 8,0% para 10,2% do PIB sua estimativa para déficit primário em 2020, para o equivalente a 735 bilhões de reais. O banco vê resultado nominal --que inclui os juros da dívida-- negativo em 14,2% do PIB neste ano, ante déficit de 5,9% do PIB em 2019.
"O risco de deterioração fiscal maior, a contração mais intensa da atividade econômica e os juros mais baixos nos levaram a revisar o nosso cenário de taxa de câmbio", disseram os economistas do Itaú na expressiva revisão de cenário divulgada nesta segunda-feira.
O banco passou a ver dólar em 5,75 reais ao fim de 2020 e em 4,50 reais ao fim de 2021. Antes, as projeções estavam em 4,60 reais e 4,15 reais, respectivamente.
Mais cedo, analistas consultados pelo BC voltaram a reduzir a expectativa para a taxa básica de juros neste ano e passaram a prever contração econômica de mais de 4% em 2020.
O mercado comentou ainda nesta sessão ruídos em torno da possibilidade de o Senado votar na semana que vem aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre instituições financeiras, num momento em que o governo aumenta gastos contra a pandemia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.