Dólar completa mais uma semana em alta embalado por incerteza política doméstica
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar mais uma vez teve uma sessão de intensa volatilidade no mercado brasileiro, fechando em alta moderada nesta sexta-feira depois de oscilar entre firmes perdas e ganhos, evidência do grau de incerteza do mercado sobre o cenário para o país. A cotação voltou a subir na semana.
A moeda negociada no mercado à vista encerrou o dia em alta de 0,33%, a 5,8392 reais na venda. A moeda oscilou entre valorização de 0,86% (para 5,8700 reais) e queda de 1,03% (a 5,7600 reais), num pregão sem intervenções do Banco Central.
Na B3, o dólar futuro mostrava acréscimo de 0,49%, a 5,8530 reais, às 17h10.
O dólar chegou a esboçar queda mais cedo, especialmente entre 10h e 11h, mas as mínimas perto de 5,76 atraíram compras.
A divisa encontrou fôlego adicional por volta de 12h, logo após o Ministério da Saúde comunicar que Nelson Teich havia pedido demissão do cargo de ministro, menos de um mês após assumir a pasta e na segunda troca de comando do ministério em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus pelo país.
Analistas citam com frequência que uma virada positiva para o real só tende a acontecer quando a economia começar a dar sinais de melhora. Contudo, a escalada da disseminação do coronavírus no país e o imbróglio político em Brasília têm afastado cada vez mais esse cenário, o que mina a expectativa de fluxo cambial --ou seja, prejudicando o cenário para ingresso de dólares.
"A retomada da economia, ao nosso ver, segue condicionada à redução do número de novos casos de Covid-19 e de mortes associadas à doença, e incertezas sobre imunização e disseminação do vírus devem seguir presentes na ausência de medicação ou vacina eficazes", disse o Bradesco em nota.
Na semana, o dólar subiu 1,73%. A moeda norte-americana avança 7,38% em maio e dispara 45,51% em 2020. O real tem o pior desempenho no ano entre as principais moedas globais.
Gráfico: Variação percentual do real ante dólar e do índice MSCI de moedas emergentes em 2020:
"As incertezas sobre as economias local e internacional e a redução do diferencial de juros são alguns dos elementos que ajudam a explicar a desvalorização da nossa moeda em relação ao dólar, mais forte que a dos pares", completou o Bradesco.
A alta do dólar nesta sessão também teve respaldo do exterior, onde prevaleceram novas preocupações sobre os rumos da pandemia e aumentadas tensões comerciais entre EUA e China.
No fim da tarde, o dólar subia contra a maior parte de seus principais rivais, com destaque para os ganhos frente à divisa neozelandesa, à libra esterlina e ao rand sul-africano.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.