Bovespa dispara 3% com impulso externo em meio noticiário sobre Covid-19
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom positivo prevalecia no mercado acionário brasileiro nesta segunda-feira após uma semana negativa, com o Ibovespa acima de 80 mil pontos respaldado pelo cenário externo, em meio a noticiário mais favorável sobre o combate ao Covid-19.
A temporada de balanços também continua no radar, com os números da Marfrig previstos para após o fechamento, assim como a cena política, com a primeira etapa da sessão na bolsa paulista ainda marcada pelo vencimento de opções sobre ações.
Às 11:20, o Ibovespa subia 3,28 %, a 80.102,1 pontos. O volume financeiro era de 7,6 bilhões de reais.
Na semana passada, o Ibovespa acumulou queda de mais de 3%, com forte volatilidade.
Nos EUA, Wall Street encontrava apoio em dados promissores de um teste para possível vacina contra o Covid-19 alimentando o otimismo, enquanto os investidores também contavam com mais estímulo para resgatar a economia dos efeitos da pandemia.
No radar, estava a notícia de que uma vacina experimental contra o Covid-19 da Moderna mostrou-se promissora em um pequeno estudo em estágio inicial.
A alta de commodities reforçava os ganhos do Ibovespa, com o petróleo Brent, referência internacional, tocando máxima de um mês, em meio a um otimismo com a reabertura de economias e cortes de oferta por importantes produtores.
"Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom de otimismo, na ausência de notícias relevantes no final de semana", disse o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimento, destacando entrevista do chairman do Federal Reserve.
Em entrevista ao programa da CBS "60 Minutes", Jerome Powell reiterou ter munição para eventuais novas rodadas da crise e afirmou que os dados mais importantes para a economia dos EUA no momento são as "métricas médicas" sobre a pandemia.
O assessor da Casa Branca Kevin Hassett também disse nesta segunda-feira que o governo dos EUA está preparado para adotar mais medidas se necessário para sustentar a economia do país durante o surto de coronavírus.
DESTAQUES
- AZUL PN e GOL PN subiam 8,12% e 5,99%, encontrando respaldo na queda de mais de 1% do dólar ante o real, além das perspectivas de reabertura de economias. Na última sexta-feira, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que as três principais aéreas que atuam no país aceitaram as condições financeiras da operação de socorro de bancos para o setor.
- CVC BRASIL ON mostrava acréscimo de 8,34%, entre os destaques positivos com o alívio na alta do dólar ante o real, além do cenário mais favorável com o relaxamento nas medidas de confinamento, que têm prejudicado a operadora de turismo.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON avançavam 6,01% e 6,78%, respectivamente, na esteira do salto dos preços do petróleo no mercado internacional.
- VALE ON valorizava-se 5,68%, após os futuros do minério de ferro na China registrarem a maior alta diária em 10 meses. A Vale também informou que retomou as operações de carregamento em seu centro de distribuição na Malásia, o chamado Terminal Marítimo Teluk Rubiah.
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN avançavam 2,77% e 3,27%, respectivamente, embalados pela melhora no apetite a risco, enquanto investidores seguem acompanhando medidas contra os efeitos econômicos do novo coronavírus com reflexos nocivos para o sistema financeiro.
- MARFRIG ON perdia 1,92% antes do balanço do primeiro trimestre após o fechamento, em sessão de perdas para o setor de proteínas, em meio à queda do dólar ante o real. JBS ON caía 2,70% e MINERVA ON cedia 3,68%.
- SUZANO ON recuava 4,60%, em movimento também determinado pela taxa de câmbio, que ainda enfraquecia KLABIN UNIT, negociada em baixa de 3,04%.
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