Diretor-executivo da PF muda depoimento e diz que Ramagem o convidou para ser número 2
BRASÍLIA (Reuters) - O delegado da Polícia Federal Carlos Henrique Oliveira afirmou, nesta quarta-feira, que o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o também delegado Alexandre Ramagem, o convidou para ser diretor-executivo da PF após ser indicado para diretor-geral da PF, em novo depoimento obtido pela Reuters.
Oliveira era superintendente da PF no Rio de Janeiro e acabou sendo efetivado como diretor-executivo da corporação, espécie de número 2, na gestão de Rolando Souza, que assumiu o cargo de chefe da PF após a posse de Ramagem ter sido barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por indício de desvio de finalidade.
O delegado mudou sua versão do depoimento que havia dado na semana passada. Na ocasião, ele havia dito que nenhuma pessoa cogitada pela imprensa para ser o novo diretor-geral da PF tinha o procurado para deixar a superintendência do Rio para assumir a direção-executiva em Brasília.
No novo depoimento, Oliveira pediu para "esclarecer" que foi procurado por Ramagem para ser diretor-executivo da PF em abril, e afirmou que aceitaria. O delegado também afirmou que Ramagem já discutia a troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro mesmo antes da sua escolha para ser diretor-geral da corporação.
O comando da PF no Rio está no centro da acusação feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que Bolsonaro tentou interferir na PF, que é alvo de inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
No novo relato, o delegado também disse ter se reunido, no Palácio do Planalto, com Bolsonaro e Ramagem no segundo semestre de 2019, época em que era superintendente da PF em Pernambuco e cotado para assumir a chefia do Rio.
Esse encontro não contou com a presença do então ministro da Justiça, Sergio Moro, nem do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. Questionado sobre a razão do encontro, Oliveira disse não saber informar "objetivo específico para sua audiência" com o presidente.
Procurada, a Secretaria de Imprensa da Presidência disse que o Palácio do Planalto não vai comentar o depoimento.
(Reportagem de Ricardo Brito)
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