Marinho diz que entregou provas de suposto vazamento de operação da PF
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O empresário Paulo Marinho afirmou nesta quinta-feira que entregou provas a procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de um suposto vazamento de operação da Polícia Federal em 2018 que atingiu o gabinete do então deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.
Após cerca de duas horas e meia de depoimento no MPF, Marinho disse que comprovou o conteúdo da denúncia envolvendo a operação Furna da Onça, feita em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo no fim de semana, e que acrescentou detalhes.
O empresário, suplente de Flávio no Senado, mas que se tornou um desafeto da família Bolsonaro, já havia prestado depoimento por quase cinco horas na véspera à PF no âmbito de investigação interna da corporação sobre o suposto vazamento.
Ele disse que apresentou mais detalhes ao MPF, uma vez que a investigação da PF seria mais restrita.
“Reproduzi meu depoimento com mais riqueza de detalhes. Trouxe provas e deixei as provas nas mãos do procurador“, disse Marinho a jornalistas na saída do depoimento no MPF do Rio de Janeiro. “Eu confirmei integralmente o conteúdo da entrevista que dei à Folha de S.Paulo, dando outros detalhes e entregando provas“.
O procurador Eduardo Benones disse aos jornalistas que o conteúdo apresentado por Marinho foi produtivo, e que há indícios de vazamento da operação, que agora precisam ser comprovados.
A apuração, segundo ele, será célere e deve ocorrer em até 90 dias. Há uma possibilidade de citados na suposta investigação serem intimados a depor, acrescentou.
“Ele trouxe alguns papéis hoje“, afirmou Benones. “Com depoimento de ontem e com o de hoje, a gente tem razão para crer que os fatos merecem ser investigados. Está mais claro que precisa ser investigado e colher elementos probatórios. Até agora o que temos são indícios“, acrescentou.
Marinho afirmou também que apresentou uma denúncia ao MPF sobre uma suposta devassa que estaria sendo feita em suas contas pessoais desde que fez a denúncia ao jornal.
Além das investigações do MPF e PF, o Ministério Público estadual do Rio de Janeiro decidiu dar continuidade a uma investigação de suposto crime eleitoral cometido por Flávio Bolsonaro na sua declaração de bens para as eleições para a Assembleia Legislativa do Estado. Uma investigação já tinha sido feita e arquivada pela PF.
"O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do MPRJ (GAECC/MPRJ) confirma que passou a atuar no caso a partir de auxilio solicitado pela 204ª Promotoria Eleitoral e que está analisando o inquérito para adoção das medidas cabíveis”, informou o MPRJ.
Flávio é investigado por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. O deputado nega ter cometido irregularidades.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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