Lufthansa e governo alemão chegam a acordo para ajuda de 9 bilhões de euros, dizem fontes
Por Arno Schuetze e Christian Kraemer
FRANKFURT/BERLIM (Reuters) - O governo alemão e a Lufthansa, que foi duramente atingida pela pandemia de coronavírus, chegaram a um acordo preliminar sobre um resgate de 9 bilhões de euros (9,8 bilhões de dólares), afirmaram duas pessoas próximas ao assunto.
O acordo ainda está pendente de aprovação pelo comitê de direção do fundo alemão de resgate de coronavírus, que deve se reunir nesta segunda-feira, bem como pelos conselhos da Lufthansa e pela comissão da União Europeia.
A Lufthansa se recusou a comentar. O ministério da Economia alemão disse que as negociações estavam em sua última fase, mas ainda não foram formalmente concluídas.
A companhia aérea disse na semana passada que estava em negociações avançadas sobre um acordo que envolveria o governo ocupando dois assentos em seu conselho de supervisão, mas apenas exercendo plenos direitos de voto em circunstâncias excepcionais, como para proteger a empresa contra uma aquisição.
A Lufthansa está em negociações com Berlim há semanas sobre um pacote para ajudá-la a lidar com o que se espera ser uma queda prolongada nas viagens, mas tem discutido quanto controle deve ceder em troca de apoio.
Rivais como o grupo franco-holandês Air France-KLM e as companhia norte-americanas American Airlines, United Airlines e Delta Air Lines também tem buscado auxílio estatal.
A Lufthansa disse que espera que as condições do acordo incluam a renúncia a pagamentos futuros de dividendos e limites ao bônus para executivos.
O plano inclui a Alemanha com 20% de participação na Lufthansa. A Alemanha comprará as novas ações pelo valor nominal de 2,56 euros cada, por cerca de 300 milhões de euros (327 milhões de dólares), disse uma pessoa próxima ao assunto.
O governo também injetará 5,7 bilhões de euros em capital sem direito a voto, em uma espécie de participação silenciosa, na empresa. Parte dessa participação silenciosa pode ser convertida em uma participação acionária adicional de 5%.
A participação silenciosa terá um cupom de 4% em 2020 e 2021, aumentando para 9,5% até 2027 para incentivar um reembolso rápido, acrescentou a fonte.
Separadamente, a Lufthansa receberá um empréstimo de 3 bilhões de euros do banco estatal KfW.
Embora o acordo deva ser formalmente finalizado pelo governo alemão nesta segunda-feira, ainda depende de decisão da UE.
A empresa e o órgão de fiscalização da concorrência ainda estão discutindo quais faixas horárias em quais aeroportos a Lufthansa precisará renunciar como remédio para garantir que o resgate não atrapalhe a concorrência.
"O escrutínio é extremamente completo, pois é o primeiro grande resgate baseado em ações da pandemia", disse a fonte.
(Reportagem adicional de Ilona Wissenbach)
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