Imune às medidas de isolamento, Rumo tem prejuízo no 1º tri
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A Rumo passou do lucro para o prejuízo no primeiro trimestre, refletindo menores volumes transportados, ajustes em instrumentos financeiros e pagamento de outorga de concessão.
Braço logístico da Cosan, a companhia não foi atingida por medidas de isolamento para conter a Covid-19, que afetaram a grande maioria dos setores da economia. Ainda assim, o conjunto de fatores operacionais, financeiros e tecnológicos a levaram a uma perda líquida ajustada de 136 milhões de reais no trimestre, ante lucro de 27 milhões um ano antes.
O volume transportado no período caiu 7,6% ano a ano, a 12,3 bilhões de toneladas equivalentes (TKU), com a entrada tardia da safra de soja, o menor estoque de passagem de milho em janeiro e chuvas acima da média na serra e no Porto de Santos.
Assim, a receita líquida de 1,424 bilhão de reais, foi 13% menor do que um ano antes. Com menor demanda por fretes, a empresa teve que reduzir a tarifa em 7%.
O resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado foi de 653 milhões de reais, queda de 18,6% ano a ano.
O desempenho operacional ainda foi afetado por um ataque hacker em meados de marco, que atingiu todo o grupo Cosan.
Entre outra frente, o resultado financeiro foi impactado por valor de 160 milhões de reais relativos a ajustes na estimativa de mensuração do valor justo dos instrumentos financeiros.
Por fim, despesas ligadas à consolidação da Malha Paulista (58,3 milhões de reais) e pagamentos pela renovação da Malha Paulista (68 milhões) também pesaram na última linha do balanço.
A companhia anunciou mais cedo que assinou contrato para renovação antecipada, por mais 30 anos a partir de 2028, da concessão da ferrovia Malha Paulista, que liga regiões produtoras de grãos do Centro-Oeste ao Porto de Santos.
A empresa afirmou ter adotado postura conservadora para preservar a liquidez ao fazer captações para reforçar o caixa, que caiu 5,8% ante dezembro, para 3,58 bilhões em março.
A Rumo espera que o volume de exportação de soja do Brasil alcance cerca de 76 milhões de toneladas no segundo trimestre, cenário mais favorável do que o inicialmente projetado.
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