China pode comprar menos safras dos EUA diante de tensão com Hong Kong, dizem fontes
Por Hallie Gu e Keith Zhai
PEQUIM/CINGAPURA (Reuters) - A China pode reduzir suas importações de produtos agrícolas dos Estados Unidos se Washington emitir uma resposta severa à pressão de Pequim para impor leis de segurança nacional em Hong Kong, disseram três fontes.
A China tem pressionado com a legislação de segurança nacional para Hong Kong, aumentando os temores sobre o futuro do centro financeiro.
O presidente Donald Trump prometeu uma resposta dura e realizará uma entrevista coletiva sobre China ainda nesta sexta-feira.
Fontes disseram que, se Trump anunciar sanções duras a Pequim, isso poderá prejudicar o acordo comercial em que os dois países trabalham há quase dois anos, já que qualquer piora nas relações poderá impedir os importadores de comprar bens dos EUA.
Se as medidas forem moderadas, o comércio pode não ser afetado, acrescentou a fonte.
Sob o acordo comercial inicial da Fase Um alcançado em janeiro, a China se comprometeu a comprar mais 32 bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA ao longo de dois anos, acima de uma base de 2017.
A soja foi o principal produto agrícola dos EUA enviado para a China em 2017, com remessas no valor de 12 bilhões de dólares, e traders disseram esperar que a China intensifique as compras dos EUA cargas da oleaginosa.
"Os compradores comerciais ainda estão perguntando sobre a nova safra (soja) dos EUA, fazendo os preparativos para importar o grão americano", disse uma fonte de uma grande trading.
"Mas isso pode mudar por causa de qualquer problema político. Os compradores comerciais estão muito nervosos no momento", disse a fonte.
A China já comprou alguns volumes de grãos dos EUA em várias rodadas de compras este ano, mas o período de pico típico para compras chinesas de safras norte-americanas vem após a colheita no outono no hemisfério norte. Agora essas compras podem estar em dúvida.
"As tensões entre os EUA e a China significam que as empresas privadas estão menos inclinadas a comprar produtos americanos", disse Darin Friedrichs, analista sênior de commodities da Ásia da corretora INTL FCStone.
"A soja dos EUA não precisa apenas ser competitiva em termos de preços, ela deve ser competitiva em termos de preços considerando o grande risco político entre EUA e China", disse Friedrichs.
Enquanto isso, as compras de soja feitas pela China no Brasil seguem firmes, avaliou na véspera a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
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