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Copel usará R$350 mi do caixa de unidade de telecom para lidar com impactos da pandemia

26/06/2020 19h41

SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense de energia Copel recebeu aval do conselho de administração para usar 350 milhões de reais do caixa de sua subsidiária de Copel Telecomunicações para lidar com impactos financeiros decorrentes da pandemia de coronavírus.

A operação será viabilizada por meio de um contrato de mútuo entre as duas empresas, com prazo até 21 de dezembro de 2020, segundo ata da reunião do conselho da elétrica divulgada nesta sexta-feira.

Durante o encontro, realizado em 17 de junho, o diretor financeiro da Copel, Adriano Rudek de Moura, disse que efeitos do coronavírus sobre o mercado de energia estão "afetando os resultados financeiros da companhia, principalmente seu caixa".

"Os principais impactos estão relacionados à queda na demanda de energia (consumo), ao aumento da inadimplência e à instabilidade do mercado financeiro (alta das taxas de juros e escassez de recursos)", apontou o executivo, segundo a ata.

O cenário negativo vem em momento em que a Copel tem um programa de investimentos estimado em 2 bilhões de reais para 2020.

A opção pela operação de mútuo com a Copel Telecomunicações veio diante da necessidade de obtenção de recursos para a Copel, inclusive para atendimento ao plano de investimentos, e em meio à previsão de saldo de caixa disponível na subsidiária, de acordo com o documento do conselho.

A empresa de telecom faz parte de ativos não essenciais que a Copel pretende vender. Em maio, executivos da companhia chegaram a projetar que seria possível realizar um leilão de privatização da unidade até o final de 2020.

Durante a reunião na semana passada, os conselheiros da Copel ainda pediram à diretoria de Desenvolvimento de Negócios da estatal que apresentem em sua próxima reunião uma apresentação sobre desinvestimento em projetos que envolvam o carvão como fonte energética.

O pedido veio em meio a discussões sobre o cenário financeiro da companhia e ações para enfrentamento das consequências dos impactos da pandemia.

(Por Luciano Costa)