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Dados recentes apontam melhora da atividade, mas horizonte é incerto, diz diretora do BC

Prédio do Banco Central em Brasília - Por Isabel Versiani
Prédio do Banco Central em Brasília Imagem: Por Isabel Versiani

Isabel Versiani

03/07/2020 11h30

Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) - Indicadores de maio e junho apontam uma melhora da atividade e da confiança no país, mas o horizonte ainda é de extrema incerteza, disse nesta sexta-feira a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Nechio.

Em webinar da Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, Nechio afirmou que o primeiro choque de saúde não se exauriu ainda, o que pode gerar reversões em processos de abertura da economia.

"A gente vai ver uma melhora da economia, a gente está vendo já essa melhora dos indicadores, mas como isso vai proceder daqui para frente acho que tem uma incerteza bastante grande", disse.

"É natural que, quando religa-se a economia, você tenha um 'rebound' bastante expressivo inicialmente. A dúvida fica sobre a continuidade dessa recuperação e o quão monotônica ela vai ser ao longo do tempo, a gente não sabe exatamente se o V vai continuar por completo ou vai se estender por um período mais longo."

A diretora reiterou ainda os riscos apontados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para a trajetória da inflação. Do lado baixista, há o nível elevado de ociosidade e possibilidade de prolongamento da pandemia, com aumento de incertezas e de poupança precaucional.

Como riscos que podem elevar a inflação no horizonte relevante para a política monetária, ela citou políticas que piorem a trajetória fiscal de forma prolongada, frustrações com reformas e efeitos de programas de estímulo.