China suspende importação de mais dois frigoríficos do Brasil em meio a receio sobre Covid-19
Por Ana Mano e Jake Spring
SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - A China suspendeu as importações de duas unidades processadoras de carne suína do Brasil pertencentes à JBS e à BRF, de acordo com a autoridade aduaneira chinesa, restringindo os embarques em meio a preocupações com o novo coronavírus.
A China suspendeu temporariamente as importações de uma unidade da BRF em Lajeado e de uma da JBS em Três Passos, ambas no Estado do Rio Grande do Sul, segundo publicação com data de sábado no site da Administração Geral de Alfândega da China (GACC, na sigla em inglês).
A BRF informou que a fábrica de Lajeado é a primeira da companhia a ser suspensa desde o início do Covid-19. A JBS já tem duas plantas suspensas.
A publicação chinesa, que apenas identificou os frigoríficos por seu SIF, não dá o motivo para a suspensão. O Brasil é o segundo país com maior número de casos do novo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
A China é o maior comprador de carne suína, bovina e de frango do Brasil. O país asiático solicitou que os exportadores de carne certifiquem globalmente que seus produtos estão livres de coronavírus, o que BRF, JBS e outras processadoras de alimentos do Brasil já fizeram.
Seis unidades de frigoríficos brasileiros foram até agora impedidas de exportar para a China em meio a preocupações crescentes com os milhares de casos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, entre trabalhadores da indústria no país. A JBS disse em comunicado que não comentaria a decisão e afirmou que estava adotando todos os esforços para "a garantia do abastecimento e da produção de alimentos dentro dos mais elevados padrões de qualidade e segurança além da máxima proteção dos seus colaboradores".
Em nota, a BRF informou não ter sido notificada oficialmente sobre a suspensão da habilitação para exportações de carne suína de sua unidade de Lajeado e ressaltou desconhecer o motivo da decisão. A BRF "já está atuando junto às autoridades brasileiras e chinesas, incluindo o Ministério da Agricultura – MAPA, o Ministério de Relações Exteriores – MRE, a Embaixada da República Popular da China no Brasil e o próprio GACC, para reversão da suspensão no menor prazo possível e tomando todas as medidas cabíveis para restabelecer tal habilitação", disse a empresa em nota.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disse à Reuters que só vai se manifestar após receber o comunicado oficial da China.
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