Impacto do coronavírus leva grandes petroleiras a emitir volume recorde em dívida
Por Ron Bousso
LONDRES (Reuters) - As principais empresas de petróleo e gás do mundo aproveitaram taxas baixas para emitir um volume recorde em dívida no segundo trimestre de 2020 e ampliar reservas de caixa como proteção contra um colapso na receita devido à Covid-19.
As sete principais empresas de energia do mundo-- BP, Shell, ExxonMobil, Chevron, Equinor, Total e Eni-- levantaram 60 bilhões de dólares em dívidas no trimestre, quase metade dos 132 bilhões de dólares em empréstimos para o setor de óleo e gás no período, segundo dados da Refinitiv.
A BP, que tinha 78,5 bilhões de dólares em dívida ao final de março, levantou o maior volume, quase 16 bilhões de dólares, usando pela primeira vez títulos híbridos, que pesam menos sobre o balanço porque não exigem repagamento do principal.
As receitas das grandes petrolerias deve cair acentuadamente no segundo trimestre, após medidas de isolamento que visavam limitar a disseminação do coronavírus e levaram a uma forte retração no consumo de combustíveis.
O petróleo Brent, referência internacional, ficou em média a 30 dólares por barril no segundo trimestre, quando chegou a tocar uma mínima em duas décadas.
A Exxon, maior petroleira dos EUA, deve registrar o segundo prejuízo trimestral consecutivo no período, enquanto a Shell disse que suas vendas de combustíveis no segundo trimestre caíram cerca de 40%.
A crise do coronavírus também impactou as ações das empresas de petróleo, que tiveram desempenho abaixo dos principais índices, o que significa um golpe duplo para as empresas. Isso porque isso aumenta a proporção das dívidas das companhias em relação a seu valor de mercado, vista como indicador de saúde financeira.
Esse aumento na proporção dos débitos pode impactar avaliações de crédito das empresas e aumentar seus custos de captação.
"Isso não é necessariamente tão ruim, dadas as taxas de juros baixas atualmente e a possibilidade de aumentar a liquidez rapidamente", disse o analista Jason Kenney, do Santander.
"Dito isso, os níveis de alavancagem provavelmente vão se afastar dos níveis buscados pelas empresas antes de voltar a níveis mais usuais ao longo dos próximos anos."
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