Bolsonaro defende Pazuello e diz que gestão de Mandetta foi uma desgraça
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro fez nesta quinta-feira uma dura crítica à gestão de Luiz Henrique Mandetta à frente do Ministério da Saúde e a chamou de "desgraça", ao mesmo tempo em que defendeu o ministro interino da pasta, general Eduardo Pazuello.
"Tivemos lá um médico, um primeiro médico lá, olha a desgraça que foi", disse Bolsonaro, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, ao iniciar um comentário a respeito da gestão de Pazuello, que tem sido criticado por levar militares para o ministério durante a pandemia de Covid-19.
Mandetta foi demitido por Bolsonaro em abril após uma série de desentendimentos com o presidente a respeito da gestão federal em relação ao combate ao novo coronavírus, em especial as políticas do ministério em defesa do distanciamento social.
O ex-ministro sempre defendeu um foco maior nas medidas de isolamento social, enquanto o presidente fazia uma defesa enfática para a retomada da atividade econômica.
As declarações contundentes de Bolsonaro sobre o ex-ministro ocorrem depois de Mandetta ter admitido em entrevista que pode ser candidato a presidente em 2022.
Na transmissão, Bolsonaro disse que a gestão de Nelson Teich, que sucedeu Mandetta, foi muito rápida e que, por "questão de foro íntimo", ele resolveu sair com menos de um mês.
Teich deixou o cargo em maio por não querer avalizar, como cobrado por Bolsonaro, uma ampliação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento do Covid-19. As duas drogas não têm eficácia comprovada para a doença.
Após fazer uma digressão sobre a atuação de Pazuello como militar na organização da Olimpíada do Rio e na operação em Roraima para receber refugiados venezuleanos, Bolsonaro elogiou o trabalho que vem sendo feito pelo interino à frente da pasta da Saúde.
"Ele está fazendo agora um excepcional trabalho", disse. O presidente afirmou que Pazuello tem atendido a quase todas as solicitações feitas por Estados e municípios, e o defendeu das críticas por ter levado 15 militares para compor a equipe dele no ministério. "É a equipe dele, por coincidência são militares", disse.
"O pessoal tem que ver se o ministério está dando errado, aí tudo bem: não interessa se o cara é militar, se é paisano, não interessa quem quer que seja. Ou bota a casa em ordem, ou dá o lugar para outro", reforçou.
O presidente também fez um convite durante a transmissão ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para viajar ao Vale do Ribeira no helicóptero da Presidência.
Adversário político do presidente e duro crítico das medidas federais durante a pandemia, Doria é tido como possível adversário de Bolsonaro em uma eventual disputa ao Palácio do Planalto em 2022.
Bolsonaro disse que só não viajaria ao local se a região estiver sendo considerada como zona vermelha pelo governo estadual -- foco de grande contágio do Covid-19.
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