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Prévia do PIB sobe 2,15% em julho, diz BC; alta ficou abaixo do esperado

IBC-Br recuou 4,89% em relação a julho de 2019; no acumulado em 12 meses, queda é de 2,9% - Por Camila Moreira
IBC-Br recuou 4,89% em relação a julho de 2019; no acumulado em 12 meses, queda é de 2,9% Imagem: Por Camila Moreira

14/09/2020 09h05Atualizada em 14/09/2020 12h49

A economia brasileira registrou crescimento em julho, pelo terceiro mês consecutivo — mas abaixo do esperado diante da retomada das atividades em meio à pandemia do coronavírus e medidas de auxílio do governo.

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), teve alta de 2,15% em julho em relação ao mês anterior, segundo informou hoje o BC.

Esse é o terceiro resultado positivo, mostrando desaceleração ante o crescimento de 5,3% em junho. O resultado ficou bem abaixo da expectativa de alta de 3,40%, segundo pesquisa feita pela Reuters.

A economia vem apresentando recuperação gradual após ser paralisada em março e abril devido às medidas de contenção do coronavírus. O PIB teve contração recorde de 9,7% no segundo trimestre ante o primeiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entretanto, a cautela ainda prevalece diante da continuidade das infecções no país, bem como a redução do auxílio emergencial fornecido pelo governo, em um país com desemprego alto.

O caminho ainda é longo, com o IBC-Br apresentando em julho contração de 4,89% na comparação com o mesmo mês de 2019. No acumulado em 12 meses, o índice teve queda de 2,90%, segundo números observados.

Resultados por setor

Em julho, a indústria brasileira registrou aumento da produção pelo terceiro mês seguido e acima do esperado, de 8% sobre junho, mas permanece 6% abaixo do nível visto antes das paralisações.

O setor varejista brasileiro continuou em expansão no período, com aumento de 5,2% das vendas e no ritmo mais forte para o mês na série histórica.

Já o volume de serviços cresceu 2,6% no mês na comparação mensal, mas iniciou o terceiro trimestre abaixo das expectativas e ainda longe de recuperar as perdas em razão da pandemia de coronavírus.

O governo estima que o PIB vai contrair 4,7% neste ano, no que seria o pior resultado da série histórica, e crescerá 3,2% em 2021.

Já o mercado prevê recuo da economia de 5,11% em 2020 e crescimento de 3,5% em 2021, segundo a Boletim Focus divulgado hoje pelo BC.